sábado, 11 de janeiro, 2025
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Meio Ambiente
As colinas de Hollywood arderam incontrolavelmente na madrugada desta quinta-feira (9), no horário local, enquanto os bombeiros tentam vencer o terreno acidentado para chegar aos lugares mais altos.
9 de janeiro de 2025
Por O Globo, com agências internacionais Los Angeles
Helicóptero de combate a incêndios voa sobre letreiro de Hollywood em céu coberto de fumaça preta / Patrick T. Fallon / AFP
Incêndios sem controle
Três dos quatro grandes incêndios que atingem a região de Los Angeles ainda estão sem controle na madrugada desta quinta-feira (9), manhã no horário de Brasília, segundo o Departamento estadual de Silvicultura e Proteção contra Incêndios (Cal Fire).
Os incêndios de Pacific Palisades, com quase sete mil hectares de área consumida, o de Pasadena e o de Hollywood Hills --próximo a pontos turísticos de Hollywood, como a calçada da fama-- ainda estão com 0% de contenção, de acordo com o órgão de monitoramento.
Este conjunto de incêndios é o mais devastador da história de Los Angeles. Ao todo, cerca de 11 mil hectares na região de Los Angeles foram consumidos pelas chamas.
O que são os ventos de Santa Ana, que tornam incêndios em Los Angeles 'incontroláveis'
Incêndios são reforçados por rajadas de ventos quentes e intensas. Mais de 130 mil pessoas tiveram que deixar suas casas na região.
Incêndios florestais queimaram bairros inteiros, forçaram a evacuação de milhares de pessoas e causaram várias mortes no condado de Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos.
A emergência começou quando as primeiras chamas surgiram, na manhã de terça-feira (7/1), em Pacific Palisades, um bairro rico que fica entre as Montanhas de Santa Monica e o Oceano Pacífico.
Nas horas que se seguiram, pelo menos outros três grandes incêndios ocorreram em outras áreas de Los Angeles.
O motivo pelo qual os bombeiros não conseguiram conter os incêndios são os chamados ventos de Santa Ana, que têm alimentado e espalhado as chamas.
ão ventos secos que removem a umidade da vegetação e facilitam o início dos incêndios, de acordo com Simon King, apresentador de meteorologia da BBC.
Uma vez que o fogo começa, os ventos também o ajudam a se espalhar facilmente.
As rajadas de ar começaram a diminuir um pouco durante a quarta-feira (8/1).
Mesmo assim, King aponta que os ventos ainda continuarão muito fortes, o que dificulta o combate aos incêndios em algumas áreas.
Qual é a origem dos ventos de Santa Ana?
Os ventos de Santa Ana ocorrem quando uma grande área de alta pressão se instala no interior do oeste dos EUA, ao redor da Grande Bacia, uma área que inclui grande parte de Nevada, Utah, Idaho e o sudeste do Oregon, explica Matt Taylor, meteorologista da BBC .
Essas regiões são geralmente desérticas, o que significa que ventos secos fluem de leste a oeste e chegam à Califórnia sem umidade, de acordo com uma publicação do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NWS, na sigla em inglês).
O NWS detalha que esses ventos fortes podem causar danos significativos às propriedades, mas também aumentam o risco de incêndios florestais devido à secura e à velocidade com que as chamas podem se espalhar.
Os ventos de Santa Ana ficam ainda mais secos à medida que descem das montanhas, continua Taylor.
Como um grande secador de cabelo, eles removem parte da umidade da vegetação.
Isso significa que o fogo pode se espalhar mais rápido, já que plantas e árvores queimam mais facilmente.
Esses ventos ocorrem inúmeras vezes ao longo do ano.
"Os ventos de Santa Ana geralmente acontecem durante os meses mais frios, entre o final de setembro e maio, e duram apenas alguns dias. Mas em raras ocasiões eles podem continuar por até uma semana", acrescenta o especialista.
Quão fortes são os ventos de Santa Ana?
Segundo Taylor, é a força dos ventos que ajuda os incêndios a se espalharem com mais rapidez.
Velocidades de vento de 95 a 130 km/h são comuns, mas rajadas de até 160 km/h podem ocorrer durante os piores eventos do tipo.
Quando esse tipo de intensidade continua por vários dias, pode ficar muito difícil a tarefa dos serviços de emergência de conter os incêndios, explica Taylor.
Rajadas de vento também aumentam a imprevisibilidade da propagação.
Ninguém sabe ao certo a origem do nome do fenômeno, mas acredita-se que seja inspirado no cânion de Santa Ana, localizado no condado de Orange, no sul da Califórnia.
Catástrofe
Waldir Silva é de Campo Grande (MS) e atualmente mora com a esposa e a filha em Torrance, uma cidade que fica há 40 minutos de onde estão os focos mais graves do incêndio.
10 de janeiro de 2025
Na Califórnia há dois anos, o barbeiro sul-mato-grossense, Waldir Silva, contou ao g1 a situação catastrófica que Los Angeles tem enfrentado. Vivendo o pior incêndio da história do estado, a cidade já registrou cinco mortes em meio as chamas.
"Algumas cidades foram destruídas, ficaram derretidas. É uma situação muito crítica, muitas famílias e animais morreram. Deus abençoe a Califórnia e o mundo", disse Waldir Silva. Ao g1, o campo-grandense disse que mora com a esposa e a filha em Torrance, uma cidade que fica há cerca de 40 minutos de onde estão os focos mais graves do incêndio. Porém, no trabalho, ele conseguiu flagrar as chamas que atingiram Hollywood. Veja o vídeo acima.
Segundo Waldir, a barbearia fica próximo a Hollywood Hills, um dos bairros de Los Angeles também afetado pelo fogo. "O cheiro de fumaça é muito forte e tem uma nuvem de fumaça na cidade", contou.
"Eu nunca havia passado por uma situação dessa. A Califórnia tá sofrendo com incêndio por todos os lados e o vento forte tá fazendo com que os focos se alastrem. Tenho amigos e clientes que tiveram que evacuar urgentemente", relatou.
Ainda conforme o barbeiro, ele a família estão em uma área segura, onde o fogo não chegou, porém a fumaça já tomou conta do céu, deixando o tempo nebuloso.
Condições para o fogo
A região da Califórnia vem sendo alvo de incêndios de grandes proporções nos últimos anos, mas raras vezes eles ocorreram no inverno. Segundo o governo americano, apenas seis incêndios florestais queimaram mais de 5 km² em janeiro na Califórnia desde 1984. As chamas que consomem cidades na região hoje já atingiram mais que o dobro dessa área.
De acordo com os meteorologistas, o incêndio de grandes proporções fora de época está relacionado às condições climáticas enfrentadas pela região.
Antes das chamas, a região passou por dois invernos com chuvas intensas que deixaram cidades alagadas e isoladas entre 2022 e 2023. O excesso de chuva modificou a paisagem na região, aumentando a vegetação.
Clima
Previsão indica umidade do ar em nível de alerta
10 de janeiro de 2025
Mato Grosso do Sul enfrenta mais um dia de calor intenso. Nesta sexta-feira (10) a máxima pode chegar a 40°C, aliado a baixa umidade relativa do ar. Contudo, chuvas isoladas não estão descartadas.
Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), há contrastes no Estado, pois as regiões centro-norte, noroeste e nordeste do apresentam condições de maior nebulosidade e chuvas mais recorrentes.
Com a previsão de nuvens e chuvas, essas regiões tendem a ter temperaturas mais amenas. Essa situação atmosférica é decorrente da maior disponibilidade de umidade e atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul. Essas regiões tendem a registrar os maiores acumulados de chuva e, pontualmente, podem ocorrer chuvas mais intensas e tempestades acompanhadas de raios.
Por outro lado, principalmente nas regiões centro-sul e sudoeste, seguem com tendência de tempo mais firme e seco e com temperaturas acima da média para o mês de janeiro, além da baixa umidade relativa do ar. A atuação dos ventos associados a um sistema de alta pressão atmosférica favorece o tempo quente e seco nessas regiões.
Em Coxim, a sexta-feira começou com céu parcialmente nublado e temperatura mínima de 23°C, a máxima prevista para hoje chega aos 33°C, segundo a previsão podem ocorrer pancadas isoladas de chuva a qualquer hora do dia.
Campo Grande começa o dia com mínima de 23°C e máxima de 36°C, com sol entre nuvens. Dourados e Anaurilândia, a mínima varia de 21 a 22°C e máxima de 38 a 34eC, respectivamente. Ao sul, Ponta Porã e Iguatemi, a mínima é de 23°C e máxima de 35°C.
Na região sudoeste e pantaneira, Porto Murtinho e Corumbá, os termômetros marcam mínima de 24 a 28°C e máxima de 40 a 36°C, respectivamente. No Bolsão, em Paranaíba, a mínima varia de 24°C e máxima de 34°C.