domingo, 19 de janeiro, 2025
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Anacrônico e machista, trata-se de uma produção que, ao tentar fazer rir, acaba por exibir a mulher de um modo grotesco e misógino.
Existem muitas coisas inacreditáveis neste “S.O.S. Mulheres ao Mar”. Principalmente que este longa exista em pleno século XXI e que tenha sido dirigido por uma mulher. A diretora Cris D’amato, que comandou o interessante “Sem Controle”, aqui surge em uma fita anacrônica, machista e desinteressante dos pontos de vista narrativo e visual.
No filme, Adriana (Giovanna Antonelli), tradutora de filmes pornô e aspirante a escritora, é casada há dez anos com o arquiteto Eduardo (Marcello Airoldi). Quando este pede o divórcio e larga Adriana, indo com a nova companheira, Beatriz (Emanuelle Araújo), para um cruzeiro para a Itália, nossa “heroína” resolve embarcar também no navio e tentar reconquistar o marido, levando a tiracolo sua atirada irmã Luiza (Fabiula Nascimento) e a doméstica amalucada Dialinda (Thalita Carauta). No caminho, Adriana tem como vizinho de cabine André (Reynaldo Gianecchini), com quem tem alguns desencontros.
O roteiro do longa, escrito por Marcelo Saback, Rodrigo Nogueira e Sylvio Gonçalves, é um verdadeiro monstro de Frankenstein, reciclando cenas de outras comédias de maneira insana (especialmente “O Casamento do Meu Melhor Amigo”). Mas não é a reutilização de gags e piadas de obras alheias que mata essa comédia romântica, mas sim a falta de caráter do texto em seu trato com as mulheres que, em tese, são o público-alvo da produção.
Ora, a própria Adriana admite que colocou seus sonhos no proverbial saco pelo bem do marido, se submetendo aos caprichos deste. Depois, tenta reconquistar esse “homem da sua vida” lançando mão de expedientes mesquinhos e torpes, inclusive atingindo de maneira baixa e cruel a namorada do cidadão, uma pessoa que havia sido descrita como uma mulher inteligente e caridosa, com as ações vingativas contra a moça sendo glorificadas pela narrativa.
A auto-estima duvidosa e a canalhice de Adriana tornam uma protagonista ridícula, nada divertida e incapaz de sustentar a narrativa. A culpa não é de Giovanna Antonelli, que tenta fazer o possível com o material que lhe fora dado mas, com exceção do momento em que Adriana fica bêbada, a personagem mais parece um buraco negro, sugando toda a energia das cenas em que participa.
A irmã e a doméstica da protagonista, as proverbiais “melhores amigas” obrigatórias em comédias românticas, também tomam atitudes hipócritas e mesquinhas durante o cruzeiro, mas ao menos conseguem fazer rir, isso porque o texto lida com Luiza e Dialinda de modo leve, com suas ações jamais prejudicando intencionalmente terceiros.
Nisso, Fabiula Nascimento e Thalita Carauta tornam-se a melhor coisa em cena deste naufrágio. Já Reynaldo Gianecchini acaba preso em uma mesma piada e está lá apenas para ser o novo homem da vida de Adriana, exibindo pouca química com Antonelli (mulher ser feliz sem um homem? Impossível!), embora seja um mistério o motivo do seu André se interessar pela moça em primeiro lugar, considerando que ele assiste de camarote a mesquinharia de Adriana e sabe do que esta é capaz.
Correndo o risco de entrar no lugar-comum atestando o óbvio, o visual da fita está longe de ser digno de uma produção cinematográfica, mais lembrando um especial de fim de ano de TV, reutilizando a ideia do recente“Meu Passado Me Condena” ao utilizar o interior de um navio como cenário, fazendo propaganda de um cruzeiro marítimo no processo.
Duvido alguém assistir aos créditos iniciais, que mais parecem ter sido feitos por um estudante de primeiro semestre de publicidade que usou pela primeira vez o Sony Vegas, sem sentir uma pontada imensa de vergonha alheia. A trilha sonora abusa de tons genéricos, algo que faz sentido tendo em vista a natureza brega do cruzeiro italiano.
O longa ainda tenta deixar uma mensagem final para o público, mensagem esta que se revela tão fraca e torpe quanto sua protagonista. Dolorosamente fraco, os 90 minutos da fita se arrastam como se mostrassem o cruzeiro em tempo real, com a desvantagem que não dá para se trancar na cabine fazendo algo melhor enquanto a maluca bêbada dança o Kuduro.
Cinema
O evento aconteceu em um cinema da Zona Sul do Rio de Janeiro.
7 de junho de 2024
Diversos famosos marcaram presença, nesta quarta-feira, 5 de junho, na pré-estreia do filme “Grande Sertão”. O evento aconteceu em um cinema da Zona Sul do Rio de Janeiro e atraiu nomes como Antônio Fagundes e sua esposa, Alexandra Martins, além de outros membros do elenco e celebridades do entretenimento brasileiro.
Presenças ilustres
Além de Antônio Fagundes e Alexandra Martins, a pré-estreia contou com a presença dos protagonistas Caio Blat e Luisa Arraes. Outros integrantes do elenco, como Rodrigo Lombardi, Vittória Seixas, Anna Rita Cerqueira, Vitória Strada, Emanuelle Araújo, Heloísa Périssé, Carolina Dieckmann e seu marido Tiago Worcman, Eduardo Sterblitch e sua esposa Louise D’Tuani, e Luís Miranda, também compareceram ao evento.
O Filme
“Grande Sertão” é uma adaptação para a realidade da periferia urbana do clássico romance “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa. No filme, a comunidade “Grande Sertão” é controlada por facções criminosas, onde uma luta entre policiais e bandidos assume ares de guerra.
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O roteiro, escrito pelo diretor pernambucano e Jorge Furtado, transpõe a violência dos jagunços para o cenário das organizações criminosas em uma periferia urbana cercada por muros gigantescos. A história, ambientada em um tempo indeterminado, busca fazer jus ao texto de Guimarães Rosa, utilizando elementos do teatro e do cinema para dar vida à narrativa.
Filipe Bragança sobre feminilidade de Magal: ‘Acho necessário’
“Grande Sertão” chega aos cinemas nesta quinta-feira, 6 de junho, mostrando como as questões abordadas por Guimarães Rosa em 1956 continuam atuais e relevantes. A adaptação promete trazer uma nova perspectiva para um clássico da literatura brasileira, contextualizando-o em uma realidade contemporânea.
Caio Blat
Rodrigo Lombardi
Luisa Arraes
Guel Arraes
Cinema
Muito se perguntou como isso iria acontecer, mas o bom do universo do terror é que sempre existem lacunas que podemos preencher com novas histórias.
4 de outubro de 2023
O retorno da franquia “Jogos Mortais” veio e com força, estreando no final de setembro e com muita expectativa, já que seria o grande retorno de Jigsaw, desde o último longa em 2017, com Tobin Bell como John Kramer. É verdade, em 2021 tivemos um spin-off, fraquíssimo e que mal podemos chamar de parte da franquia oficial, chamado de “Espiral”. Em 2010 foi anunciado que o encerramento do slasher policial aconteceria com o seu sétimo filme. Depois, com a popularização de reboots e remakes de clássicos, era hora de ‘jogar mais um jogo’. Por isso, o décimo filme veio carregado de expectativas: Primeiro com o anúncio de que seria uma história direta da franquia. Segundo, dois personagens clássicos estão de volta: Kramer e Amanda (Shawnee Smith), sua fiel e amada discípula que morreu no terceiro filme ao perder a cabeça e não jogar conforme as regras. Muito se perguntou como isso iria acontecer, mas o bom do universo do terror é que sempre existem lacunas que podemos preencher com novas histórias. Veja “Premonição”: O último filme lançado faz par com o primeiro e assim o ciclo se mostra ainda mais abrangente, já que tudo pode ser colocado e ninguém morre de fato em um mundo. Basta um pouco de imaginação. Pois bem, “Jogos Mortais X” é um retorno grandioso da franquia, promissor, mas apresenta mecânicas cansativas que deixa a desejar em alguns pontos.
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