quarta, 04 de dezembro, 2024
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Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”.
O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.
A informação está no relatório da PF que indicia 37 acusados. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.
O material apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral do então presidente Bolsonaro.
Segundo a PF, outros tópicos do documento trazem siglas e jargões próprios do militarismo como “CG Pol” (Centro de Gravidade Político), com a descrição de medidas autoritárias, “que demonstram a intenção dos investigados em executar um golpe de Estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder”, diz o relatório.
Termos como “Anulação das eleições”, “Prorrogação dos mandatos”, “Substituição de todo TSE" e “Preparação de novas eleições” foram encontrados no documento apreendido na sede do PL.
Brasil
Acordo trata da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, em Antônio João
28 de novembro de 2024
O presidente Lula deve chegar a Mato Grosso do Sul, na próxima quarta-feira (4), para oficializar a demarcação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, em Antônio João, município a 280 km de Campo Grande. A informação sobre a terceira visita do petista, neste ano, no Estado, foi confirmada pela assessoria da deputada federal Camila Jara (PT).
A vinda ao Estado ocorre dois meses após a audiência de conciliação realizada no STF (Superior Tribunal Federal), em 25 de setembro, para buscar uma solução para o conflito agrário. Disputas na região entre indígenas e fazendeiros levou a morte do indígena Neri da Silva, aos 23 anos. A expectativa é que o presidente reforce o compromisso com a pacificação e a justiça social no Estado.
Indenização
Audiência no STF (Supremo Tribunal Federal) terminou com acordo para pagamento de R$ 144,8 milhões a proprietários rurais de Antônio João.
O conflito entre policiais militares e indígenas, que terminou com a morte de Neri Guarani Kaiowá marcou a região. Assim, a audiência realizada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, definiu os termos.
Ainda segundo o acordo, a União deve pagar aos proprietários o valor de R$ 27,8 milhões. Esse valor é referente às benfeitorias apontadas em avaliação feita pela Funai em 2005, corrigidas pela inflação e a Taxa Selic.
Outros R$ 101 milhões pagos pela União são referentes em indenização pela terra nua. Já o Estado de Mato Grosso do Sul ficou responsável pelo pagamento de R$ 16 milhões aos proprietários.
Benfeitorias
A União deve pagar aos proprietários o valor de R$ 27,8 milhões referente às benfeitorias apontadas em avaliação feita pela Funai em 2005, corrigidas pela inflação e a Taxa Selic. O valor foi dividido da seguinte maneira:
• Altamir João Dalla Corte e Nair Dalla Corte, proprietários da Fazenda Morro Alto, farão jus a R$ 1.185.838,20.
• Carlinda Barbosa Arantes, proprietária da Fazenda Primavera, fará jus a R$ 6.711.784,35.
• Espólio de Jamil Saldanha Derzi, proprietário da Fazenda Piquiri Santa Cleusa, fará jus a R$ 1.377.957,37.
• Espólio de Nery Alves de Azambuja, proprietário da Fazenda Itá Brasília, fará jus a R$ 328.559,01.
• Espólio de José Pilecco, proprietário da Fazenda Piquiri Santa Vitória, fará jus a R$ 382.643,56.
• Pio Silva, proprietário da Fazenda Barra, fará jus a R$ 4.733.978,64.
• Pio Silva, proprietário da Fazenda Cedro, fará jus a R$ 3.610.145,62.
• Pio Silva, proprietário da Fazenda Fronteira, fará jus a R$ 4.980.385,15.
• Regina F. Alves Correia Inglesias, proprietário da Fazenda Pérola do Vale, fará jus a R$ 2.483.292,14.
• Rosário Congro Flôres, proprietário da Chácara do Campestre, fará jus a R$ 57.737,11.
• Waldemar Souza Barbosa, proprietário da Fazenda Itaguassu, fará jus a R$ 1.194.481,64.
• Ocupantes de lotes rurais na Vila Campestre farão jus a R$ 821.373,62, conforme avaliação individualizada da FUNAI.
Brasil
Rede emitiu nota se retratando e dizendo que vai continuar comprando carne bovina brasileira
27 de novembro de 2024
Enquanto o país vive polêmica criada pelo Carrefour, bate recorde na produção nacional de carne bovina. Em Mato Grosso do Sul, as vendas ao mercado externo nunca foram tão altas, atingindo nível histórico em 2024.
Mato Grosso do Sul é o 4º maior produtor de carne bovina do país, e nos últimos quatro anos viu as exportações de carne saltarem de 2% para 20% da produção. Historicamente a produção estadual de carne visa atender o mercado interno, ou seja, fica aqui no Brasil.
Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção de carne bovina de Mato Grosso do Sul representa 10% do país. O montante é praticamente o mesmo de São Paulo e Goiás. Mato Grosso aparece em 1° no ranking com 19% da produção nacional de carne bovina.
Mas desde 2020, as exportações cresceram exponencialmente. Dados compilados pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), em 2020 o estado exportava apenas 2,25% da carne, mas em 2024 esse percentual deve chegar a 22,5%.
Mercado milionário
Entre janeiro e setembro de 2024, a exportação de carne bovina rendeu 881 milhões de dólares ao Mato Grosso do Sul. O produto representa 11% de tudo o que o Estado exporta, sendo a celulose o principal produto da balança comercial.
Mato Grosso do Sul é o 4º maior exportador de carne in natura do país e a União Europeia, centro da polêmica do Carrefour, é responsável por apenas 12% da compra da carne estadual.
A China é o país que mais consome a carne de Mato Grosso do Sul, sendo 24%m seguida dos Estados Unidos (16%) e Chile (14%). Em 2024, Mato Grosso do Sul enviou carne para 63 países diferentes.
E é justamente essa consolidação das exportações para mercados globais de alto consumo, que permitem ao Mato Grosso do Sul minimizar os riscos associados à dependência de um único mercado e fortalecer a posição do estado no comércio global de carne bovina.
Polêmica com o Carrefour
Em 20 de novembro, o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, disse que não iria mais comprar proteínas do Brasil porque os produtos não atendem às exigências e normas de qualidade exigidas pelo governo francês. A partir daí a polêmica só aumentou, com repúdio de produtores e boicote de ambos os lados.
Quatro dias depois, os maiores frigoríficos do Brasil decidiram que irão suspender o fornecimento de carne ao Carrefour no país. Além do Carrefour, a rede também é responsável pelas unidades do Atacadão no Brasil.
Nesta terça-feira (26), o Carrefour voltou atrás da decisão com uma nota de retratação. Na nota, a rede diz que reconhece a importância do mercado brasileiro de carne bovina e afirma que vai continuar consumindo o produto. Além disso, disse lamentar que a declaração tenha sido vista de tal maneira.