sábado, 18 de janeiro, 2025
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Em sua defesa em processo cível a que responde em decorrência do maior acidente da aviação brasileira, a explosão do Airbus da TAM que deixou 199 mortos em julho de 2007, a fabricante europeia Airbus culpa a TAM, os dois pilotos da aeronave e as condições do aeroporto de Congonhas pelo acidente. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A Airbus foi processada pela Itaú Seguros, seguradora da TAM, responsável por pagar as indenizações decorrentes da tragédia. Na ação, alega que o acidente se deu por causa de uma falha no projeto da aeronave. A empresa europeia nega e defende-se afirmando, segundo a reportagem, que o comandante Kleyber Aguiar Lima e o copiloto Henrique Stefanini Di Sacco, ambos mortos no acidente, foram os principais culpados.
Segundo relatório da Airbus, os pilotos não usaram o procedimento que deveria ser adotado em uma aeronave com reversor inoperante. Nesse caso, os dois manetes teriam de ser puxados para trás logo após a aterrisagem. A Airbus, afirma o jornal, alega que o piloto Lima colocou um deles em posição de aceleração. Já sobre a TAM, a fabricante europeia afirma que ofereceu à companhia um software que alertava os pilotos sobre assimetria nos manetes de potência. A aérea brasileira teria recusado a proposta. A Airbus afirma ainda que a TAM permitiu que um copiloto inexperiente participasse do voo - e sabia dos riscos de operar em Congonhas. Dessa maneira, poderia ter redirecionado o voo para outro aeroporto. Em relação a Congonhas, operado pela Infraero, a Airbus alega que a pista é muito curta e o asfalto estava fora das condições ideais.
Investigações - Relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre a tragédia, divulgado em 2009, não aponta culpados pelo acidente. O documento diz que os peritos não encontraram evidências de falha nas engrenagens dos manetes (aceleradores) do avião. Como o equipamento se encontrava muito destruído pelo fogo e pelo impacto da queda, não foi possível determinar com 100% de certeza em que posição as alavancas de potência estavam no momento em que o Airbus A320 varou a pista do Aeroporto de Congonhas e caiu logo depois.
Como o único indicativo de que os pilotos deixaram os manetes fora da posição recomendada - um na posição de aceleração e outro em frenagem - veio da caixa-preta, o Cenipa resolveu estudar as duas hipóteses mais prováveis: falha no sistema de controle de potência do jato, que teria transmitido ao motor informação diferente da que indicava o manete, ou um erro dos pilotos Kleyber Lima e Henrique Stefanini di Sacco. A segunda hipótese, diz o Cenipa, é a mais provável, "uma vez que é elevada a improbabilidade estatística de falha no sistema de acionamento" dos manetes.
A investigação da Aeronáutica encontrou diversas irregularidades em Congonhas na época do acidente: 1) O aeroporto não era certificado nos termos do Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica 139, que baliza o funcionamento de todos os aeroportos do país. 2) As obras no terminal de passageiros e no pátio de estacionamento, concluídas em 2007, não foram homologadas. 3) Não foi realizada inspeção aeroportuária especial durante nenhuma das obras realizadas em Congonhas e concluídas em 2007. 4) Não foi realizada inspeção aeroportuária especial pós-acidente. 5) Até a data do acidente, o aeroporto não dispunha de aérea de escape.
A tragédia - No dia 17 de julho de 2007 o voo JJ 3054 da TAM decolou do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em direção a São Paulo. A aeronave pousou por volta das 18h40 no aeroporto de Congonhas, na capital, mas não desacelerou durante o percurso da pista, atravessou a avenida Washington Luís e se chocou contra um prédio da própria empresa e pegou fogo. No avião estavam 187 pessoas e, nas proximidades do local do acidente, 12. Todas morreram. A pista do aeroporto havia sido reformada e liberada havia vinte dias sem o grooving – ranhuras na pista feitas para ajudar a frear os aviões.
Processo criminal - Em julho de 2011, a Justiça Federal de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o ex-diretor de segurança de voo da TAM Marco Aurélio dos Santos, e o ex-vice-presidente de operações da empresa Alberto Fajerman. O julgamento teve início em agosto de 2013. Até hoje, ninguém foi punido.
Acidente aéreo
Mortes foram confirmadas pela Prefeitura de Ubatuba
9 de janeiro de 2025
Duas pessoas morreram após um avião de pequeno porte ultrapassar a pista do aeroporto de Ubatuba, no Litoral de São Paulo, e explodir na Praia do Cruzeiro na manhã desta quinta-feira (9). Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra o avião saindo do aeródromo, ultrapassando a pista que margeia a praia e chegando à faixa de areia em chamas.
Segundo a Prefeitura de Ubatuba, o acidente aéreo causou duas mortes, uma delas do piloto, e deixou outros seis feridos. Cinco vítimas estavam na aeronave e outras três estavam em uma pista de skate no local. Não há informações oficiais sobre quem é o segundo morto no acidente.
No jatinho estavam o piloto, dois adultos e duas crianças. As vítimas feridas foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O piloto foi retirado das ferragens, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
A Defesa Civil informou que cinco viaturas e 12 bombeiros atuam no local.
Segundo o Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), a aeronave passou por uma excursão de pista, que é caracterizada quando o avião sai da pista no momento de pouso ou de decolagem.
A aeronave, com matrícula PR-GFS, modelo 525, foi fabricado em 2008 pela empresa Cessna Aircraft. Ela tem capacidade para sete passageiros, além de dois pilotos.
Veja o video:
Fonte: cnn.com.br
Acidente aéreo
O país iniciou sete dias de luto nesta segunda-feira, com bandeiras hasteadas a meio mastro
30 de dezembro de 2024
A Coreia do Sul ordenou, nesta segunda-feira (30), uma "inspeção completa" de todos os Boeing 737-800 operados pelas companhias aéreas do país, um dia depois de uma dessas aeronaves ter caído ao pousar, matando 179 pessoas.
Investigadores sul-coreanos e americanos tentam determinar o que causou o pior desastre aéreo da história do país asiático, que as autoridades atribuíram inicialmente a uma colisão com pássaros.
O avião transportava 181 pessoas da Tailândia para a Coreia do Sul quando fez um pedido de socorro e aterrissou sem trem de pouso, antes de colidir com um muro e pegar fogo.
Todos os passageiros da companhia aérea sul-coreana Jeju Air Flight 2216 morreram, exceto dois comissários de bordo que foram retirados vivos dos escombros.
O país iniciou sete dias de luto nesta segunda-feira, com bandeiras hasteadas a meio mastro.
O atual presidente, Choi Sang-mok, foi ao local do acidente na cidade de Muan, no sudoeste, para participar de um memorial.
O presidente, que tomou posse na sexta-feira passada, garantiu que o governo fará "todos os esforços" possíveis para identificar as vítimas e apoiar as suas famílias enlutadas.
A Coreia do Sul tem um forte histórico de segurança aérea e as duas caixas-pretas do voo foram recuperadas. Os investigadores identificaram até agora 146 vítimas através de análises de DNA ou impressões digitais.
Parentes das vítimas acamparam durante a noite em barracas montadas dentro do aeroporto, aguardando notícias sobre seus entes queridos.
"Eu tinha um filho a bordo do avião", disse um idoso que esperava no saguão do aeroporto e pediu para não revelar seu nome. Ele disse que seu filho ainda não foi identificado.
Barreira
Na manhã desta segunda-feira, no local do acidente, um casal olhava para os restos retorcidos do avião, que permaneciam espalhados perto da cauda carbonizada.
Os passageiros, com idades entre três e 78 anos, eram todos coreanos, exceto dois tailandeses, segundo as autoridades.
Outro avião da Jeju Air teve problemas com o trem de pouso e teve que retornar ao aeroporto de Gimpo, em Seul, logo após decolar nesta segunda-feira, informou a companhia aérea.
Um representante da companhia disse à AFP que está analisando o que aconteceu nesse caso.
A causa inicialmente relatada para o acidente de domingo foi uma colisão com pássaros, e a torre de controle emitiu um alerta a esse respeito pouco antes do incidente.
No entanto, especialistas que analisaram os vídeos da aterrissagem do voo de domingo indicaram que a construção do aeroporto pode ter influenciado a tragédia.
Kim Kwang-il, ex-piloto e professor de aeronáutica da Universidade Silla, afirmou que se sentiu "muito agoniado" ao revisar o vídeo do avião fazendo um pouso de emergência antes de atingir uma barreira.
"Não deveria haver uma estrutura sólida nessa área", disse ele à AFP.
"Normalmente, no final de uma pista não há nenhuma obstrução sólida, isso vai contra os padrões internacionais de segurança da aviação", explicou.
"Fora do aeroporto normalmente há apenas cercas, que são macias e não causariam danos significativos. O avião teria deslizado ainda mais até parar sozinho. A estrutura desnecessária é muito lamentável", disse ele.
O papa Francisco declarou no domingo que rezaria pelas vítimas, e os líderes mundiais, incluindo China, União Europeia e Irã, também enviaram mensagens de condolências.