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JUSTIÇA

Sobrinho e comparsa são julgados por assassinato de caminhoneiro em 2021

11 DEZ 2024 • POR (CGNews) • 09h11
  (Leandro Holsbach/CGNews)

Dois acusados pelo assassinato do caminhoneiro Veríssimo Coelho dos Santos, de 61 anos, ocorrido em abril de 2021, estão sendo julgados última nesta terça-feira (10) em Dourados. Familiares da vítima protestaram em frente ao Fórum antes de o júri começar.
No banco dos réus estão o sobrinho-neto da vítima, Sauro Henrique Teixeira da Silva, de 31 anos, e o comparsa dele no crime, Gustavo Rodrigues de Souza, de 22 anos, o “Gustavo Guerreiro”. O caseiro da chácara onde ocorreu o crime chegou a ser preso na época, ficou três meses recolhido, mas foi solto por habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e excluído da lista de réus. O processo tramitou em sigilo.


Veríssimo foi encontrado morto dentro de sua caminhonete Silverado em uma estrada de terra ao lado de condomínio fechado, perto da BR-163, na região sul da cidade. De acordo com a investigação da Polícia Civil, o caminhoneiro foi enforcado com uma corda, sufocado com a capa de sofá e depois espancado com barra de ferro por Sauro Henrique.
Já morto, Veríssimo foi colocado no banco do carona da caminhonete e levado até a estrada sem saída nos fundos do condomínio. Antes de abandonar o corpo do parente, de quem era sócio nos negócios de frete, Sauro mandou Gustavo descarregar a pistola 380 na direção da caminhonete e do cadáver. Foram 18 tiros disparados.
Em depoimento na fase de inquérito, Gustavo contou que duas semanas antes do crime, Sauro comprou a pistola e pediu que ele escondesse em casa. Segundo ele, Sauro já planejava matar o tio-avô por desentendimentos relacionados a negócios.


Veríssimo estaria pressionando Sauro para que ele aceitasse transportar drogas na carreta bitrem que o caminhoneiro havia passado para o nome do sobrinho, meses antes. Sauro teria planejado matar o parente para ficar com a carreta. Ele alegou ter pago R$ 280 mil no veículo, mas não havia registro da venda, tampouco comprovante de pagamento.
Gustavo disse que na noite do crime, Sauro enviou mensagem mandando que fosse até a chácara com a pistola. Gustavo alega ter ignorado a mensagem, mas Sauro teria mandado o caseiro de carro até a casa dele para levá-lo.
Ainda segundo o depoimento de Gustavo, ao chegar à chácara, encontrou Veríssimo agonizando. Em seguida, a vítima começou a acordar e foi agredida na cabeça com a barra de ferro. O caminhoneiro desmaiou, mas acordou minutos depois e foi sufocado por Sauro com a capa do sofá.
Antes de ser colocado no banco da caminhonete, Veríssimo acordou de novo e mais uma vez foi golpeado pelo sobrinho com a barra de ferro. Quando chegaram ao local onde a Silverado foi abandonada, Veríssimo já estava morto, segundo Gustavo.