‘A Voz de Guadakan’, novo filme do aclamado cineasta Joel Pizini, estreou na semana passada em Bonito (MS). Na produção, Joel tem como protagonistas Gleycielli Nonato, a primeira escritora indígena de MS, e sua mãe, a multiartista Maria Agripina.
Bastante emocionadas, Maria e Gleycielli falaram à reportagem do TeatrineTV ao final da sessão: “Guadakan são as águas do Taquari, é a minha ancestralidade de sangue que pulsa em minhas veias e é o filme que está mostrando essa trajetória de uma família nuclear Guató, que saiu pós-guerra do Paraguai, então essa é a identidade de toda a nossa trajetória e a nossa arma que é a arte. Minha mãe é artista, minha filha, minha avó, meu avô contador de histórias, então é a arte que nos mostrou o quão importantes somos”, comentou Gleycielli.
Moradoras de Coxim, mãe e filha celebraram o protagonismo da cidade, onde as filmagens foram realizadas. O documentário de Pizini tem cerca de 26 minutos e expõe a luta de mulheres guatós por meio da arte, para inclusive, se reconhecerem como parte do povo canoeiro.
Ao final da sessão, Gleycielli revelou que estava vendo dois viéses da sua literatura: a literatura de ancestralidade e a literatura regional. “Eu amo Coxim, eu amo a minha ancestralidade, eu amo ser Guató, mas eu também amo a minha Coxinlidade”, anotou.