Conheça um pouco da rotina do Estabelecimento Penal Masculino de Coxim
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Sexta-feira | 12 de Julho de 2024    10h26

Conheça um pouco da rotina do Estabelecimento Penal Masculino de Coxim

Nosso Entrevistado Da Semana é o Diretor do Estabelecimento Penal de Coxim

Fonte: (Glenda Melo/ Diário do Estado) 
Foto: Esteline Oliveira

 Nosso Entrevistado Da Semana é o Diretor do Estabelecimento Penal de Coxim; Jean Carlos Silva Cunha Policial Penal, 37 anos, casado, formado em Direito pela Uniderp em 2012 e há 1 ano é o responsável pelos 300 custodiados que cumprem pena em Coxim .Pós-graduando em “Inteligência Policial” pela Faculdade FACUMINAS, Pós-Graduado em “Gestão de Segurança Pública” pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais (IPEMIG),  Pós-Graduado em “Direito Administrativo” (lato sensu) pelo Centro Universitário Internacional SIGNORELLI, Bacharel em Direito pela Universidade Anhanguera/UNIDERP. 

Diário do Estado: Jean, nos fale um pouco da sua chegada aqui para assumir o Estabelecimento Penal de Coxim.
Jean: Glenda, eu sou Coxinense, minha família toda é daqui, eu vivi por muitos anos em Campo Grande, trabalhei na Máxima e em outros locais, soube então que abriria uma vaga para diretor do instituto penal masculino de Coxim pois o antigo diretor iria se aposentar, então solicitei a vaga, era um sonho antigo voltar para Coxim por conta da minha família e claro, também por ser mais tranquilo, então tudo conspirou a favor. 

Diário do Estado: Quanto tempo você está á frente do Estabelecimento Penal Masculino de Coxim?
Jean: Há exatamente 1 ano Glenda

Diário do Estado: você pode nos falar um pouco da rotina do instituto?
Jean: A rotina do instituto é como a rotina de qualquer lar, só que de pessoas que estão privados da liberdade, os custodiados como gostamos de chamar acordam cedo, tomam café da manhã e seguem para as tarefas diárias que eles executam, carpintaria, horta, serralheria, crochê, produção de vasos, processamento de mandioca, entre outras atividades, eles param na hora do almoço, almoçam, e retomam no período da tarde e seguem até as 17:00, quando se recolhem, tomam banho jantam e no outro dia começam tudo de novo.

Diário do Estado: Você falou sobre o processamento da mandioca, como é feito?
Jean: A mandioca chega através de doações de empresários locais in natura para nós, os custodiados descascam, cortam e empacotam, são aproximadamente 2.000 kg por semana de mandioca que são processadas e encaminhada para venda nos supermercados de Coxim.

Diário do Estado: Jean, a alimentação dos custodiados, quem prepara?
Jean: Um custodiado é responsável pela preparo do café da manhã, almoço, lanche e janta.

Diário do Estado: No início da nossa conversa você me disse que são 300 custodiados, todos eles são de Coxim? Os delitos cometidos por eles foram aqui em Coxim?
Jean: Temos custodiados de várias partes de Mato Grosso do Sul até por que o Estabelecimento Penal Masculino de Coxim é o único da região,portanto não só de Coxim, e os delitos variam, são desde roubos, assassinatos, tráfico de drogas, violência doméstica e por aí vai.

Diário do Estado: Grande parte dos custodiados estão cumprindo pena por quais motivos?
 Jean: Tráfico de drogas. Mato Grosso do Sul como todos sabem Glenda é um corredor para o transporte das drogas no Estado, metade dessa droga passa pela BR 163, e como nosso polícia rodoviária federal atua de maneira exemplar nas estradas do estado muitas apreensões acontecem, consequentemente prisões.

Diário do Estado: Quais serviços são oferecido aos custodiados?
Jean: Glenda, eles recebem obedecendo a Legislação Brasileira serviços que eles como pessoas têm direito, Assistência jurídica, serviços da Promotoria e Defensoria Pública, médico, dentista, assistente social, enfermeiro, inclusive o dentista que atende os custodiados é um dentista que está cumprindo pena, temos também a auxiliar de dentista e serviço de psicologia, esses serviços são oferecidos de segunda a sexta-feira gratuitamente.

Diário do Estado: Eles têm direito a receberem visitas?
Jean: Sim, de forma quinzenal, a cada 15 dias eles podem receber visitas de parentes, amigos, incluindo crianças e também as visitas intimas que todos os custodiados têm direito. 

Diário do Estado: Existem incidências de entradas de drogas e celulares no estabelecimento penal de Coxim?
  Jean: Nunca houve e isso é motivo de orgulho para nós servidores, os custodiados respeitam as normas da instituição e colaboram para o bom funcionamento do presídio.

 Diário do Estado: Houve alguma fuga?
Jean: Nunca houve nenhuma fuga e nem rebelião.

Diário do Estado: O estabelecimento penal participa de algum projeto Social na cidade?
Jean: Temos parceria com a prefeitura municipal de Coxim para que os custodiados ajudem com serviços nas instituições públicas como administrativo, infraestrutura e obras, pinturas, limpezas e demais serviços.

Diário do Estado: Como são selecionados os custodiados que estão aptos a sair do presídio e fazer esses serviços?
Jean: Eles passam por uma triagem por uma equipe, e também levamos em conta o comportamento dentro da unidade, se ele está apto para poder sair do presídio e só depois de avaliações ele é liberado para participar do projeto de ressocialização em que eles podem deixar o instituto penal para trabalhar.

Diário do Estado: Hoje são quantos custodiados que deixam o presídio para prestar serviços? Jean, quanto a parte religiosa, como funciona? Eles têm direito a receber visitas de instituições religiosas?
Jean: 20, todos são acompanhados por escolta quando deixam o Estabelecimento Penal

Diário do Estado: Quanto a religião, eles recebem algum acompanhamento religioso?
Jean: Todos os finais de semana eles recebem a visitas de cunho religioso, em que cada custodiado escolhe em seus segmentos religiosos

Diário do Estado: Quantas cidades o Instituto Penal de Coxim atende?
Jean: Como já disse anteriormente,somos o único Estabelecimento Penal Masculino da região norte, somos responsáveis por receber custodiados de cidades como Rio negro, Rio verde, São Gabriel, Alcinópolis, Pedro Gomes entre outros municípios.

Diário do Estado: Para você Jean, qual a importância de tudo que é feito no Estabelecimento Penal? De que forma você acha que seu trabalho ajuda na mudança de vida dessas pessoas?
Jean: Glenda, primeiro temos que falar que estamos falando de vidas humanas que estão pagando suas dívidas com a sociedade, eu acredito que sim, as pessoas podem se arrepender e escrever uma nova história para suas vidas, somos passíveis de erros e todos nós estamos suscetíveis a eles, o que fazemos ali é mais que a nossa obrigação, sem julgar. Não estamos ali para julgar o que cada um fez, estamos ali para fazer com que cumpram suas penas até que estejam aptos a receber a liberdade, preparados para um bom convívio na sociedade.

Diário do Estado: Gostaria que você fizesse suas considerações finais 
Jean: Eu gostaria de agradecer toda equipe do jornal Diário do Estado pela oportunidade de poder falar um pouco da nossa rotina, eu sozinho não conseguiria fazer NADA, eu tenho uma equipe que me ajuda diariamente, uma equipe competente, dedicada, que dá todos os dias o seu melhor para servir com qualidade, meu trabalho não existiria sem eles, somos poucos, mas todos os dias buscamos fazer o melhor, e para um gestor dar conta ele precisa ter uma equipe que o sustente e seja capaz de resolver dificuldades que aparecem e conflitos, sou muito abençoado pela equipe que formamos, nosso trabalho não é fácil e poder falar um pouco para sociedade que não conhece o que é feito lá, é uma grande oportunidade para nós, estaremos sempre prontos para contribuir com a sociedade Coxinense.

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