Ter exposto um suposto esquema de Jair Bolsonaro sobre o conteúdo do jornalismo do SBT, pode ter colocado Rachel Sheherazade em maus lençóis no confinamento de “A Fazenda 15”. A jornalista, que enfrentou a emissora na justiça e ganhou uma indenização de R$ 500 mil, tornando-se “persona non-grata” por lá, contou que o ex-presidente da República costumava telefonar pra o SBT recamando das pautas. “O presidente da República liga reclamando. O Secretário de Comunicação do governo passado ligava para a emissora. ‘Se eu quero que vá ao ar e se eu não quero que vá ao ar’. Era assim”, disse Rachel. A declaração da peoa, claro, repercutiu. Ela, conhecida por seus posicionamentos, foi inclusive a primeira âncora a dar opinião em um telejornal, o que passou a ser uma prática em todas as emissoras. “Se você se compromete a qualquer coisa, o contratante fala: ‘fala isso e defende isso’. E você vai lá e defende. Eu fiz um comentário sobre a questão israelense-palestina, o conflito árabe-israelense. E eu levei um ‘chamada’ porque o dono da emissora era judeu”, disse ela. E continuou: “Foi chamada a minha atenção porque o dono da emissora era judeu e eu não poderia dar aquela opinião, mas eu dei. Eu me coloquei na berlinda. Eu me colocava o tempo todo na berlinda. Quem é corajoso demais é o primeiro a perder o pescoço”.
A emissora ainda não se posicionou, mas nos bastidores já se especula que virá um contra-ataque “pela forma da lei”. A equipe da jornalista também não havia se pronunciado até o fechamento desta reportagem.
