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Sexta-feira | 05 de Junho de 2015
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PALAVRA – Evangelho segundo S. Marco 3,20-35
Jesus voltou para casa, e outra vez se ajuntou tanta gente que eles nem mesmo podiam se alimentar. Quanto seus familiares souberam disso, vieram para detê-lo, pois diziam: “Está ficando louco”. Os escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava possuído por Beelzebu e expulsava os demônios. Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se divide internamente, ele não consegue manter-se. Se uma família se divide internamente, ela não consegue manter-se. Assim também, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, ele não consegue manter-se, mas se acaba... em verdade, vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado...”. Isso, porque diziam: “Ele tem um espírito impuro”. Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficaram de lado de fora e mandaram chama-lo. Ao seu redor estava sentada muita gente. Disseram-lhe: “Tua mãe e teus irmãos e irmãs estão lá fora e te procuram”. Ele respondeu: “Quem é minha mãe: quem são meus irmãos?” e passando o olhar sobre o que estavam sentados ao seu redor, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
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Após os primeiros versículos (1,1-13) que introduzem e preparam o início da atividade pública de Jesus, segue a primeira seção do evangelho de Marcos (1,14-3,6). Aí encontramos Jesus que entra ‘de cheio’ no vivo da sua missão, anunciando o reinado de Deus, chamando os primeiros discípulos, curando os enfermos, acolhendo os pecadores, libertando do mal... tudo para dizer que a ação de Deus inaugura um tempo radicalmente novo e um futuro imprevisível. A sua palavra, suas ideias, seus gestos, o seu estilo de vida impressionam. De um lado, lemos, “muitos ficaram admirados e louvavam a Deus, dizendo: ‘Nunca vimos uma coisa assim!’” (2,12). De outro, “os fariseus, junto com alguns do partido de Herodes, faziam um plano para matar Jesus” (3,6). A perícope evangélica que a liturgia deste Domingo nos propõe, de certo modo, continua expressando a reação de uns e de outros frente à pessoa de Jesus. Ninguém consegue ficar indiferente diante dele: desde as pessoas mais simples até aos notáveis da sociedade do seu tempo. Com pinceladas de intenso colorido, o evangelista Marcos traça o retrato de Jesus e no-lo apresenta como um homem profundamente envolvido naquilo que faz, pouco tradicional, até mesmo inconformado, verdadeiro, e que se move no meio do seu povo com um espírito de liberdade nunca visto antes. Algumas questões que emergem do texto de Mc 3,20-35 e que poderiam ajudar-nos a refletir são as seguintes: ‘Estamos dentro ou do lado de fora daquela casa?’. ‘Estamos com Jesus ou contra Jesus?’. ‘Escutamos o seu chamado ou mandamos chamá-lo?’. ‘Seguimos a Jesus ou queremos que Ele nos siga?’. ‘De qual grupo fazemos parte: dos seus ‘parentes’ que, levados por bons sentimentos, saem para agarrá-lo, julgando que Jesus deveria ter um pouco mais de equilíbrio e de bom senso? Dos ‘mestres da lei’ que consideram verdadeiro somente o que é útil para manter as próprias certezas e falso o que as põe em discussão? Daqueles que, ‘sentados ao seu redor’, escutam a sua Palavra e o professam como o único Senhor de suas vidas?’. Poderia também sugerir-nos alguma reflexão o fato de os parentes de Jesus o considerarem ‘fora de si’ (3,21). ‘Fora de si’ porque, talvez, dedica muito do seu tempo com aqueles que ‘não contam’ e dos quais não poderá esperar retorno algum? Porque, havendo tantas qualidades, delas não tira proveito para si? Porque se descuida um pouco demais de si mesmo, até da própria saúde, dos negócios e do ‘bom nome’ da família? Porque, priorizando acima de tudo a vida, a dignidade da pessoa, ousa subverter a ordem estabelecida pela instituição religiosa? Porque se apaixonou totalmente pelo reinado de Deus e se põe completamente ao seu serviço? Porque põe o bem e a verdade antes e acima de qualquer outra possível vantagem? Porque...
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