Sem clima para oposição na Assembleia Legislativa
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Terça-feira | 03 de Fevereiro de 2015
Sem clima para oposição na Assembleia Legislativa

EM FRENTE Decorrido o primeiro mês, Reinaldo deve virar a página e naturalmente construir uma agenda positiva em seu governo. A viagem à Brasília, por exemplo, foi oportuna, imprimiu sua marca política no trato da delicada questão indígena.
CASA CIVIL É o coração e a vitrine do Governo.  Sergio de Paula sabe que a primeira imagem é a que fica. Quer mantê-la oxigenada, acessível e ágil, resolvendo problemas e fazendo a triagem para ganhar tempo, evitando que cheguem ao governador.
COMPARAÇÕES Inevitáveis entre o atual e o ex-governador. Mas a tendência é que a comunicação do Parque dos Poderes adote a tese de Samuel Taylor, onde “a luz da experiência é a lanterna de popa; ilumina apenas as ondas deixadas para trás”.
A IMAGEM será do novo competente, fugindo do desgastado bordão de ‘mudanças’. Se a experiência de André ficou nas águas deixadas para trás, Reinaldo deve equipar com farol de milhas o barco que pilota, para enxergar cada vez mais distante.
‘PERA LÁ...’ Há uma controvérsia na visão dos marinheiros,  a lanterna de popa não ilumina só as águas vencidas, mas orienta os barcos que a seguem. No leme do barco, Reinaldo terá que atravessar as grandes tempestades e desviar dos rochedos.
POLÍTICA Dois conceitos básicos sobre ela. O primeiro deles é que ela (política) tem só uma porta, de entrada. O segundo, é que a grande motivação para se permanecer na política, depende menos da própria vontade e mais da postura dos adversários.
A PROPÓSITO Para o jornalista mineiro Otto Lara Resende: “A ação política é cruel, baseia-se numa competição animal: é preciso derrotar, esmagar, matar, aniquilar o inimigo”. “A política talvez seja uma forma de tentar driblar a morte”. 
PODER x IMPRENSA Essa relação foi bem definida por Otto: “O clube do poder tem as portas lacradas e calafetadas. Os jornalistas clamam no deserto.” Já para Millôr Fernandes “Oposição no Brasil é a imprensa. O resto é secos e molhados”. 
OPOSIÇÃO e situação são iguais. Pela ‘governabilidade’ não respeitam o voto do eleitor, negociam aqui e lá. Sou igual ao medico, diplomata e escritor mineiro Guimarães Rosa: “eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa”. 
É CRUEL Mata-se o pintor ao proibi-lo de pintar. Na política, a aposentadoria é sinônimo do indesejável ostracismo. Embora tenha prometido uma clausura política de 6 meses, há sinais de que o ex-governador André não manterá esse silêncio. 
FATORES São dois. Sua latinidade leva-o instintivamente a se manifestar sobre questões que sua formação cultural permite. E mais: tem o vício de 16 anos no poder executivo, além dos mandatos na Assembleia Legislativa e Câmara Federal.. 
AS OPINIÕES sobre ele apontam: a inquietude irá aflorar nas manifestações críticas muito antes do razoável. Se para André - 1916 está distante, 1918 vai demorar toda a eternidade. Ao contrário dos mineiros, não tem o dom de esperar o prato esfriar.  
PERGUNTA-SE: Quais são mesmo as prioridades dos deputados do PMDB, PT e dos partidos que não apoiaram Reinaldo no 1º turno? Pelo visto são estritamente de ordem pessoal, e é isso que conta neste início de administração de 4 ou 8 anos. 
SEM ILUSÕES Cada deputado cuida primeiro de seu ‘quadrado’. Todos querem ficar de bem com o Executivo, que atende pedidos diversos. É o caso do PT, que conseguiu nomear companheiros no governo anterior e quer manter esses privilégios. 
SOBREVIVÊNCIA Só com discurso nenhum deputado consegue. Já foi aquele tempo. Alguns ainda vendem dificuldades, na tribuna e comissões parlamentares, para depois colher facilidades. Como se diz: na assembleia legislativa não há ingênuos.
QUINHÕES As tratativas para acomodar partidos e interesses afins da nova mesa diretora seguiram as diretrizes do velho manual. Os titulares e suplentes garantiram vantagens que o eleitor não imagina.  Impera o lema: ‘Meu pirão primeiro”.
A IMAGEM legislativa é pálida: uma extensão remunerada do executivo em nome da democracia. Sessões solenes, diplomas, medalhas, moções de pesar e júbilo superam o núcleo do discutível balanço das ações realmente à favor da população. 
EMBATE Envolverá os deputados Eduardo Rocha e Ângelo Guerreiro. Esse, criticará a administração do PMDB em Três Lagoas de olho nas eleições de 2016. Aliás, trata-se de uma cidade emblemática e que faz parte do plano político dos tucanos. 
NEGATIVO O fato das eleições municipais não coincidirem com os pleitos estadual e federal atrapalham. Veja bem: Reinaldo assumiu agora e as eleições de 2016 estão aí. Corre é claro o risco de perder o foco administrativo. Prejudica sim. 
CAPITAL As eleições de 2016 inspiram análises diversas. A última que ouvi fala das religiões dos eventuais pretendentes. Marcio Fernandes seria o único católico e os demais - Olarte, Marcos Trad, Rose, Grazielle e Elizeu Dionízio – evangélicos. 
‘NOVOS DIAS’ A aposentadoria arrebenta o psicológico. Dois casos próximos: de ex-deputado e ex-desembargador. Perde-se poder, privilégios e a vaga no estacionamento inclusive.  Na vida, após as conquistas, vêm as perdas sucessivas, inevitáveis.
O CIRCO Voltaram os filmetes do horário eleitoral. Os dirigentes dos partidos nanicos só falam abobrinhas na TV - ignoram a crise atual. Imagina-se que vivam no 1º Mundo. São partidos de aluguel a serviço de quem paga mais. Isso é Brasil!  
“Não compare uma Fiat Elba com a Petrobrás”. (Senador Ronaldo Caiado)

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