O Seguimento de Jesus - Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo! Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (14,25-33) -
Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26"Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim,
não pode ser meu discípulo. 28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30'Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!' 31Ou ainda: Qual o rei que ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro
que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!" Palavra da Salvação, Glória, a Vós, Senhor!
MENSAGEM - Estamos no mês da Bíblia. Ela é sempre uma luz em nossa caminhada cristã. Hoje a Palavra de Deus nos fala do Seguimento de Jesus e suas Exigências: Não é um caminho de facilidade, mas sim de renúncia. A Primeira Leitura é uma oração atribuída a Salomão, que os judeus de Alexandria rezavam a fim de que iluminasse as exigências da fé em meio ao mundo pagão em que se encontravam. Lembra que sé em Deus é possível encontrar a verdadeira felicidade e sentido da vida (Sb 9,13-18). Na Segunda Leitura Paulo aplica as consequências do seguimento de Jesus: Intercede em favor de um escravo fugitivo (Onésimo), junto ao seu “dono” (Filemôn), para que o receba não mais como um escravo, mas como irmão. (Fm 9b-10,12-17). O Evangelho aponta o “Caminho do Discípulo” Lc 14,25-33). Jesus estava a caminho de Jerusalém, onde irá morrer na Cruz. O povo o seguia numeroso, entusiasmado pela sua pessoa. Mas Cristo não era um demagogo, que fazia promessas fáceis, para atrair multidões. Jesus sabia que entre eles havia: Bons, desejosos da boa palavra, que buscavam sinceramente o Messias. Curiosos em satisfazer o desejo de novidade. Interesseiros na esperança de participar da glória e da fama. Inimigos à espreita de uma ocasião para acusá-lo e condená-lo. Sem medo de perder alguns simpatizantes: Jesus aponta Três Condições para segui-lo: 1) Desapego afetivo: aos familiares, até à própria vida: “Quem não ‘odeia’ o seu pai, sua mãe, até a própria vida, não pode ser meu discípulo”. Odiar aqui não significa rejeitar s sagrados laços familiares, mas priorizar os valores do Reino.
2) Disponibilidade em carregar a Cruz: “Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”. A Cruz é a imagem que melhor sintetiza toda a vida de Cristo. O “Discípulo” é convidado a imitar o Mestre. 3) Renúncia aos bens materiais: “Quem não renunciar a tudo, não pode ser meu discípulo”. Vivendo em função deles, não sobra espaço para Deus, nem relações de partilha e solidariedade com os irmãos. Seguir o Mestre, não deve ser uma atitude passageira, nascida num momento de entusiasmo, mas sim uma decisão ponderada, amadurecida e coerente até o fim. Duas Pequenas Parábolas ilustram a necessidade de planejar: a Torre a construir e a Guerra a conduzir. O povo não podia se deixar levar pelo entusiasmo momentâneo, devia calcular bem, se está em condições de perseverar. O Seguimento de Cristo é um caminho fácil, onde cabe tudo? Ou um caminho exigente, onde só cabem os que aceitam a radicalidade de Jesus? Nossa Pastoral deve facilitar tudo, ou ir pelo caminho da exigência? A maioria do nosso povo se diz “cristão”, seguidor de Cristo. Recebe os Sacramentos de iniciação. Reconhece os valores de Deus e da Fé, mas a vivência cristã insuficiente (deixa a desejar). Muitas vezes, ficamos felizes, quando vemos a igreja lotada, mas qual é o verdadeiro motivo que leva muitas pessoas à igreja? Todos os que participam com entusiasmo das cerimônias solenes, das procissões, das romarias, estão realmente conscientes dos compromissos que a fé cristã envolve? O que nos diria a respeito, o Evangelho de hoje? Será que Cristo está mais interessado no número, ou na qualidade? Há dois tipos de Religião. As Reveladas: como a nossa, e que a Bíblia é a fonte de inspiração... É Deus que se revela e nós aceitamos o que essa revelação nos propõe. As Criadas: que foram inventadas pelos homens, segundo o modelo que mais satisfaz seu modo de pensar e de agir. Qual nos dá mais segurança de realizar o Plano de Deus? Uma religião mais fácil pode até ser mais atraente, mas certamente não será a mais fiel à proposta de Cristo. Estamos nós, dispostos a ser verdadeiros Discípulos de Cristo, pelo caminho duro e exigente, que o Evangelho de hoje nos propõe? Peçamos a Deus, nessa nossa peregrinação solidária do Café Com Cristo muita Luz para compreendermos essa verdade e muita Força para sermos fiéis à escolha feita. Procuremos nesse mês dedicado à Bíblia, valorizar ainda mais a Palavra de Deus, dedicando-lhe um tempo especial, para uma atenciosa Leitura Orante da Bíblia. Pe Antônio Geraldo Dalla Costa – CS 04/09/2022