A Morada de Deus
O Espírito Santo vos recordará tudo o que eu vos tenho dito. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 14,23-29 - Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 23'Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada.
24Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
27Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: 'Vou, mas voltarei a vós`. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça,
para que, quando acontecer, vós acrediteis. Palavra da Salvação, Glória a Vós Senhor.
MENSAGEM
Estamos no último domingo antes da Ascensão, que encerra a presença humana de Cristo na terra. O anúncio dessa separação provoca tristeza aos apóstolos. Cristo lhes garante que não os deixará sós, pelo contrário, continuará presente embora de outra forma. A comunidade, que ama, torna-se uma Morada de Deus. Na primeira leitura vemos a sua presença através do Espírito Santo que conduz a Igreja no primeiro grande conflito (At 15,1-2.22-29). Com a entrada dos pagãos ao cristianismo, surge uma polêmica: Deve-se impor também à eles a lei de Moisés? Precisa ser hebreu para se tornar cristão? A Salvação vem pela “circuncisão” e pela observância da Lei judaica ou única e exclusivamente por Cristo? Diante disso, os apóstolos reagem com discernimento. Reúnem-se em assembleia em Jerusalém e, dóceis à vontade do Espírito, mandam uma carta apresentando a solução do problema: “Decidimos, op Espírito Santos e nós, n]ao vos impor nenhum fardo, além do indispensável...” Essa decisão, conhecida como o Concílio de Jerusalém, teve uma importância decisiva para a História do cristianismo. É o caminho da Igreja de Cristo ainda hoje para enfrentar os desafios do mundo: Animada pelo Espírito, deve saber discernir, preservando o essencial e atualizando constantemente acessório, para que a mensagem de Jesus seja acolhida por todos os povos. Ter consciência da presença do Espírito Santo na Igreja de Cristo. E como os apóstolos, escutá-lo, na Oração e na Discussão. A Segunda Leitura, faz uma linda descrição da Morada de Deus, a nova Jerusalém, onde viveremos a vida definitiva no seio da Trindade (Ap. 21,10.14.22-24) O Evangelho apresenta o final do discurso da despedida. Cristo promete aos seus discípulos enviar o Espírito Santo. “Ele vos Ensinará e Recordará tudo o que vos tenho dito” e vir morar no coração do comem com o Pai: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa Morada...” (Jo 14.23-29) Cristo confirma sua presença na sua Igreja. É uma nova presença de Jesus. O mesmo espírito que conduziu Jesus, agora conduz os seus discípulos. Com o Pai fará Morada em todos aqueles que o amam. A presença corporal de Jesus é substituída pela presença espiritual, interior... Morada de Deus: Que alegria saber que a Santíssima Trindade habita em nós e que o que ele nos pede, é algo que podemos dar, o nosso amor. Entre os pagãos: Deus era um ser longínquo, vingativo...Em Israel: O Povo adorava um Deus mais próximo: “Emanuel” – Deus conosco, a Arca da Aliança, a Tenda... “Porei minha casa bem no meio de vós, e o meu coração nunca mais vos deixará” (Lev 26.11). No tempo de Jesus: Morada de Deus era o Templo de Jerusalém. Para Cristo, Morada de Deus pode ser o coração de todo cristão: “O Pai e Eu faremos nele Morada”. Com a Samaritana: fala dos adoradores em “Espírito e Verdade”. Os adoradores do Pai não precisam de uma Igreja de luxo. Deus poderá ser adorado na Igreja do coração de todo cristão. Estará presente até os confins da terra: essa presença do Espírito não pode ficar fechada e escondida no coração dos discípulos. Pelo contrário, deverá ser revelada atpe os “confins da terra” pelo testemunho dos Apóstolos e dos que amam Jesus de verdade. A Missão de Jesus: ser testemunha até Jerusalém. A Missão dos Apóstolos: Testemunhas até “os confins da terra”. A Morada de Deus na pessoa, que escuta a Palavra de Jesus, cria uma nova relação entre Deus e a pessoa humana. Nossa Atitude: Respeito a este hóspede: em nossa pessoa e na pessoa dos irmãos... Dai decorre também o nosso compromisso de proteger e promover a vida em todas as suas dimensões. Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS – 22/05/2022.