DESABAFO do eleitor tucano no saguão da Assembleia: “o PSDB lembra aquele leão desdentado que ruge muito, mas não morde”. Ironia a timidez tucana que não incorporou ao seu complexo discurso as questões pontuais que afligem a nação brasileira.
UTOPIA Aécio parecia estar disputando eleição na Suécia! O discurso predador é melhor do que o discurso de programas complexos de governo que não seduz o eleitor. Ora! Collor e Lula venceram porque souberam colocar o dedo na ferida.
ORA! ORA! Como definia o escritor e jornalista Otto Lara Resende: “a ação política é cruel, baseia-se na competição animal. É preciso derrotar, esmagar, matar, aniquilar o inimigo.” Mas o PSDB, de gente experiente, só acordou no final do jogo.
AZAMBUJA fez o que Aécio deveria ter feito. Aqui o tucano mordeu principalmente no 2º turno, intensificou a ação predatória contra o Palácio do Planalto, o PT e contra a imagem de Delcídio. Esse comportamento deu-lhe musculatura eleitoral.
A TÁTICA tucana lembra a postura de um candidato do interior que fazia do seu discurso uma aula cansativa de educação moral e cívica. Apesar de seu currículo, Aécio repetiu erros de Serra e Alckmin. O que é imperdoável para um mineiro.
OBSERVAÇÕES Aécio não abordou as construções do Porto em Cuba e do metrô de Caracas ou mesmo o caso da Petrobras na Bolívia. Até a prisão de Zé Dirceu e Cia não foi explorada na campanha e nem levantada por ele nos debates na TV.
OUTRO ERRO Vice de Aécio, Aluízio Nunes foi ignorado na campanha. Sua luta contra a Ditadura é mais significativa do que a participação de Dilma. Preso, banido, viveu na Argélia, Chile e Franca por longos anos. Não é senador por acaso!
SONHO Para Aécio, com mais 4 anos de mandato, é fácil falar em radicalizar a oposição. Mas os tucanos eleitos governadores precisam do Governo Federal para resolver seus problemas locais e não vão querer problemas nesta relação.
DESUNIÃO Não é exclusividade do PMDB. Antes do retorno de Aécio e de seu discurso pregando oposição permanente, alguns tucanos já tinham alinhavado um ‘acordão’ com o Planalto em alguns temas pontuais. É assim que funciona.
NO BRASIL os partidos são apenas condutores e os políticos seus usuários sem compromissos maiores. Diferente dos ‘States’, onde a democracia acaba de nos dar um exemplo de comprometimento partidário com Republicanos e Democratas.
O POLÍTICO aqui trai seu partido desde a eleição. Eleito, negocia com a oposição ignorando seu partido. Exemplo do comprometimento que nos falta foi a postura ativa do casal Clinton, pedindo votos nos palanques para os candidatos democratas.
RETALIAÇÃO O governador Beto Richa sofre na pele as consequências porque o Planalto queria eleger a poderosa Gleise. Azambuja ouviu do próprio colega suas agruras e já preparou o espírito para as mais estranhas hipóteses nesta relação.
UMA DELAS é que o Planalto evitaria ao máximo a parceria com o Estado, optando diretamente pelas prefeituras, quando for o caso. Na pratica não seria tão fácil devido as diferentes naturezas que envolvem caso a caso. Mas não deixa de ser preocupante.
“A tocaia é a grande contribuição mineira à cultura universal” (Otto Lara Resende)