Naquele tempo: 2Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3Jesus perguntou: ‘O que Moisés vos ordenou?’ 4Os fariseus responderam: ‘Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la’. 5Jesus então disse: ‘Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!’ 10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: ‘Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e se casar com outro, cometerá adultério’. 13Depois disso, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. 14Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: ‘Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. 15Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele’. 16Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos. Palavra da Salvação. Glória a Vós Senhor!
MENSAGEM - Vivemos num tempo em que os Valores da família são por muitos ignorados ou esquecidos. - As leituras falam da dignidade do Matrimônio cristão, dentro do maravilhoso PLANO DE DEUS... A 1a leitura apresenta Deus criando o Homem e a Mulher, para se completarem, para se ajudarem, para se amarem. (Gn 2,18-24) O texto não é uma reportagem de fatos passados, mas uma CATEQUESE: 1) A Origem da vida e do homem está em Deus... 2) A solidão é uma experiência terrível para a pessoa humana. ADÃO, apesar de possuir o domínio sobre todas as criaturas, não está plenamente realizado. Sente profunda SOLIDÃO. Falta-lhe alguém com quem compartilhar a vida e a felicidade. DEUS preenche sua solidão, criando então a mulher, dotada da mesma natureza e da mesma dignidade. É na partilha de suas vidas no amor, que o homem encontra a realização plena de sua existência. 3) Homem e mulher são iguais em dignidade. Eles são “da mesma carne”, partícipes do mesmo destino. Completam-se um ao outro e juntos complementam a obra do Criador. Esta realidade exige que homem e mulher se respeitem e exclui qualquer atitude egoísta de dominação. 4) Unidade: “Se tornarão uma só carne” = uma só pessoa... Uma fusão não apenas dos corpos, mas na sua totalidade: corpo e alma: com seus projetos, seus sentimentos, seus ideais, suas tendências, suas esperanças, suas amizades... SUA FÉ... A 2ª Leitura lembra a “qualidade” do amor de Deus pelos homens. (Hb 2,9-11) Deus amou tanto os homens, que enviou ao mundo o seu Filho único. O Filho solidarizou-se com os homens, partilhou a debilidade deles e aceitou morrer na cruz para dizer aos homens que a verdadeira vida está no amor, que se dá até às últimas conseqüências. O casal cristão deve também testemunhar, com a sua doação sem limites e com a sua entrega total, o amor de Deus pela humanidade. No Evangelho, Jesus é perguntado sobre o DIVÓRCIO permitido pela lei de Moisés em certos casos, para proteger a mulher das arbitrariedades do marido. (Mc 10,2-6) Cristo responde: Moisés permitiu por causa da dureza do vosso coração... Mas desde o começo da Criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne... Portanto, o que Deus uniu o homem não separe”. Diante da posição do Mestre, os discípulos ficam perplexos... E Jesus conclui: “Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério” O Evangelho nos apresenta o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher que se amam: eles são convidados a viverem em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo. O amor de um homem e de uma mulher que se comprometem diante de Deus e da sociedade deve ser um amor eterno e indestrutível, que é reflexo desse amor que Deus tem pelos homens. O divórcio e a poligamia não fazem parte do projeto de Deus. Jesus reafirma a unidade e indissolubilidade do matrimônio e condena o divórcio e a poligamia. Numa época, em que muitos procuram destruir ou desfigurar a família, é urgente proclamar o Plano de Deus sobre o Matrimônio e a Família. Não é uma norma da Igreja, é Plano de Deus, reafirmado por Cristo. O texto finaliza com uma referência às CRIANÇAS, as maiores vítimas de uma família fragmentada: As mães levam seus filhos até Jesus para que os abençoe. Os apóstolos impacientes tentam impedir… JESUS: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas… Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos”. Os esposos não podem pensar só em si mesmos, esquecendo os filhos…A Missão dos pais é repetir o gesto das mães israelitas: levar seus filhos a Jesus, para que, abençoadas por ele e crescendo na sua escola, conservem a inocência e sejam um dia recebidas no reino dos céus, preparado para elas. Nossa atitude para com os divorciados: Acolher, integrar, compreender e ajudar aqueles a quem as circunstâncias da vida impediram de viver o projeto ideal de Deus. Sem renunciar ao “ideal”, que Deus propõe e Jesus reafirma no Evangelho. A felicidade de uma família só existe quando há COMUNHÃO: entre os esposos - com os filhos e - também com Deus… Rezemos para que nossas famílias sejam a família que Deus quer: “Santuário da vida” e “Berço do Amor e da Fé”. Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa – 03/10/2021