‘LAÇOS DE FAMÍLIA’ Reatá-los é difícil! As eleições municipais em Aquidauana devem pegar fogo. A candidatura da médica Viviane Orro (PSD) contra seu primo – o prefeito Odilon Ribeiro (PSDB) lembra os relatos dos folhetins do interior brasileiro - onde a política não respeita nem os limites da consanguinidade. Sem entrar no mérito dos postulantes aproveito para questionar: como ficarão os laços familiares após as eleições? Afinal, frases de palanque são ‘inesquecíveis’, imperdoáveis. As mágoas eternas!
CRÍTICAS Intelectuais sempre criticaram os governantes mesmo driblando a censura. Pela visibilidade das obras é desnecessário citá-las bem como seus autores. Quanto aos artistas sertanejos essas manifestações são tímidas. Mas em 1989 o cantor Gaucho da Fronteira lançou ‘Eramos Felizes e não Sabíamos’ ironizando Fernando C. de Mello: “Essa vidinha tão boa/Agora vai terminar/Porque está chegando o homem/ Caçador de Marajás”. Num comício pró Collor, o candidato ao senado José E. Vieira (PTB) tentou sem êxito impedir que o ‘Gaucho’ cantasse a música.
‘MEU PAÍS’ Pelo momento político do país, letra e fama de seus criadores (Zezé Di Camargo e Luciano) a divulgação na campanha de Lula (PT), a música fez sucesso e foi indicada ao Gramy Latino em 2002. A canção aproximou a dupla do ex-presidente petista, cantando nos comícios. Mas veio a decepção de Zezé com os escândalos e em rede social em 2019, ele desabafou ao ser criticado por tirar foto com o ministro Sérgio Moro, da Justiça: “O Lula não é um preso político. É um preso por corrupção. Fiz campanha pra ele. Doei minha música sem nada em troca, pra campanha dele. Votei duas vezes nele, e vi que estava errado... Hoje defendo meu país. Cai na real”.
SEM ILUSÕES Também o meio artístico é um ninho de cascáveis com ou sem guizo. Indicada para ocupar a Secretaria da Cultura a artista Regina Duarte já começa a sofrer críticas de colegas por não concordar pelo fato dela não ser militante da esquerda. Aliás, é notório neste país; artistas e intelectuais que se prezem não devam ser contra os governos de ideologia esquerdista. Lembra do apresentador Jô Soares? Atenção especial só aos entrevistados da esquerda. E duas mágoas afloram, a eleição de Donald Trump e de Jair Bolsonaro. Sem dúvida, o patrulhamento ideológico da esquerda é visível.
TARDE DEMAIS! Só agora o ex-presidente Lula percebeu que o PT ficou muito distante dos evangélicos – hoje apoiando o atual Governo. E isso não se deve apenas as denuncias de corrupção por lideranças do partido. A bancada evangélica, com defeitos ou sem defeitos, não engoliu os avanços patrocinados pelo PT em áreas envolvendo valores tradicionais da família. Tudo isso vem sendo aproveitado nas manifestações do presidente Bolsonaro e propagado intensamente nas redes sociais. Correr atrás do prejuízo será uma tarefa difícil. Mas o PT é capaz de tudo para voltar ao poder. Afinal lideranças suas até foram à missa na última campanha eleitoral. Lembra?
‘COÇANDO’ Os números de recente pesquisa mostram a insatisfação do brasileiro com a qualidade dos serviços prestados pelos funcionários públicos. Para 88% dos consultados é ruim e eles deveriam inclusive ser demitidos. A estabilidade acaba também influenciando esse comportamento. Mas o nojento é aquela advertência de que o servidor deva ser tratado com educação sob as penas da lei. A placa-aviso nas repartições funciona como instrumento intimidatório. O cidadão não é bem atendido e fica com medo de insistir ou reclamar para não ser processado. Só aqui mesmo!
O CAMPEÃO Repercute o levantamento do jornal ‘Estadão’ entre os 26 ex-governadores do rol pecaminoso da corrupção onde o ex-governador Sergio Cabral (MDB) do Rio de Janeiro – condenado a 122 anos de prisão – deve aos cofres de seu Estado a R$529,7 milhões que surrupiou na corrupção. E o Brasil tinha ele como o ‘campeão’ imbatível nesta classificação vergonhosa. Mas não é bem assim: o total cobrado do ex-governador Puccinelli (MDB) em ações judiciais chega a espantosa quantia de R$534 milhões. E lembro: o PIB do Estado do ‘Rio’ em 2018 foi R$671.360,00 bilhões enquanto o PIB de MS foi de apenas R$96 bilhões, portanto7 vezes maior. Conclusão: o rombo aqui foi muito maior que no Estado do Rio.
‘ESTRANHO’ Sobre os escândalos que o colocam no posto de líder do ranking dos 26 ex-governadores envolvidos em corrupção, a defesa de Puccinelli se manifesta ironicamente, mas sem entrar no mérito. Já o ex-governador nas entrevistas, não toca no assunto e nem fala da prisão do ex-secretário Edson Giroto, focando nas eleições de 2020. Aqui uma observação: é incrível a pouca vontade dos seus entrevistadores em questionar esse assunto. O compromisso deles não deveria ser com os ouvintes ou com a opinião pública? Entendo o ‘espírito compadrio’ deste jornalismo.
NA VEIA! O prefeito ACM Neto (DEM) de Salvador analisou a situação do ex-presidente Lula (PT): “Acabou o mito. E acabou o discurso. O PT primeira tinha o discurso do golpe. Depois, o discurso do Lula Livre. Agora eles estão sem discurso. Lula saiu e não mudou nada. E o presidente Lula já não é mais a liderança que foi no passado: se esperava uma comoção, uma mobilização nacional sem precedentes e nada disso aconteceu, nem mesmo no Nordeste. Não estou querendo desprezar a força que ele ainda tem no Nordeste, mas se você for ver a passagem dele, pós-prisão, foi muito menor em mobilização do que se esperava”.