DO LEITOR - “A classe política (alto clero) termina o ano desgastada com a postura dos congressistas que legislaram em causa própria e afrontaram os projetos do Palácio do Planalto que vinham de encontro aos anseios da maioria da opinião pública. Dois casos para exemplificar: a rejeição ao projeto original do ministro Moro no combate a criminalidade e dotação de recursos para os partidos políticos visando as eleições de 2020. Sobre esse último fato a pimenta na mídia ficou por conta da declaração do ministro Mandetta – de que esse dinheiro fará falta nas ações em prol da saúde”.
A PONDERAÇÃO - acima tem procedência se levada em conta a postura passional do eleitorado que prioriza em seu raciocínio melhores condições para a saúde pública, que é considerada o maior problema nas pesquisas do Data Folha. Ao eleitor não interessa aspectos técnicos desta ou daquela lei. Ele é extremamente pragmático na análise, conclusão e eventuais caminhos na busca da solução. Ele é desapegado a detalhes. É neste mar revolto que os candidatos terão que remar desviando-se de todos os tipos de imprevistos e acidentes que podem provocar seu naufrágio eleitoral (nas urnas).
CONCLUSÃO - Manipulada ou não, essa pesquisa Datafolha coloca o ministro Sérgio Moro da Justiça como o mais popular. Ora! Presume-se que não se trata da popularidade igual de um artista por exemplo. No presente caso ela deve ser vista como sinônimo de credibilidade neste cenário de desmoralização da justiça – a começar pela postura dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em decisões recentes. Entre a postura do então Juiz Federal Moro no combate a corrupção e o que decidiu o STF - e que pensa a classe política, a opinião pública apoia maçiçamente o atual ministro da justiça.
OS POLÍTICOS - ouvem pouco as vozes das ruas. Parece que o exemplo da Revolução Francesa foi esquecida nos bancos escolares pelos nossos ilustres representantes. Aliás, eles colocam muita fé na falta de memória da população, que por razões diversas, não tem as eleições como prioridade decisiva no futuro seu e da família. As eleições, tem demonstrando raro comportamento racional do eleitor que acaba influenciado por uma série de fatores como família, grupo social, religião e a imagem artificial ( falsa) do candidato na mídia. Compra-se gato por lebre, o vilão por honesto.
‘LAMA ASFÁLTICA’ - Iniciada em 2015 o total dos rombos chega a R$432 milhões. Seu último capítulo: a Justiça Federal reconheceu indícios da remessa de dinheiro para o exterior por parte de André Luiz Cance, o todo poderoso ex-secretário adjunto da Secretaria Estadual da Fazenda, no Governo de André Puccinelli (MDB). Com isso, a investigação continuará na Justiça Federal e não na Justiça Estadual como pretendia Cance que formalizou em 2012 a separação conjugal para tentar talvez dissimular a origem e destino do invejável patrimônio com os bens de origem discutível.
‘PRESENTE NATALINO’ - Figura forte nas gestões do ex-prefeito e ex-governador André Puccinelli (MDB), o atual Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado – Osmar Jerônimo caiu nas malhas da justiça. Pode perder o cargo e ter os seus direitos políticos suspensos por 7 anos e devolver R$508.180,63 corrigidos, mais a multa de R$750 mil se a sentença for mantida no Tribunal de Justiça. A acusação: em 2002 na prefeitura municipal Osmar autorizou serviço de pesquisas (que não foi feita) no valor R$500 mil. Wilson Cabral Tavares (sucessor de Osmar) também foi condenado no mesmo caso.
EFEITO DOMINÓ - Um a um os homens de confiança do ex-governador Puccinelli caíram nas malhas da justiça. Basta verificar o cronograma do noticiário e a lista deles. No caso do ex-Secretário Cance, notório seu prestígio no Governo. Tem um episódio interessante: em 2012 ele formalizou a separação conjugal (fictícia?) da mulher Ana Cristina P. da Silva embora vivendo no mesmo teto. Outro dado de arrepiar: em 2010 o patrimônio dela seria de R$1.178 milhão e saltou para R$16.285 milhões em 2014. Agora, Cance foge da Justiça Federal como o diabo foge da cruz. Até aqui levou pau!
O DITADO - ‘a esperteza acaba comendo a mão do esperto’ é pertinente ao caso de André Cance. Sua eventual pratica do crime de evasão de divisas ao exterior mantem a competência do processo para a Justiça Federal representada pelo juiz federal Bruno C. Teixeira – autor do despacho que negou a concessão de Habeas Corpus para trancar a investigação e remete-la à Justiça Estadual. Anota-se que contra Cance pesa a acusação de cobrança de 1% da empresa Ice Cartões, responsável pela emissão de carteira de habilitação junto ao Detran. A opinião pública deve ficar atenta ao episódio escabroso.
O GANANCIOSO - No seu livro “O Renascimento de Buda”, Ryuho Okawa (líder espiritual japonês) explica o significado de ganancioso: “É a mente que procura sempre pegar as coisas para si. É a cobiça para ter sempre mais e mais. No coração ganancioso há o desejo de se obter status social e fama...Quantas vezes, diante da expectativa de ganho extra, passamos por cima dos interesses dos que nos cercam? Quantas vezes em nome do lucro praticamos injustiças, fazemos negócios desonestos? Quantas vezes ficamos com o que não é nosso, como um objeto encontrado ou troco errado?”