JOVENS & POLÍTICA Os casos de corrupção (Lava Jato e Cia) que estrelaram o noticiário nos últimos tempos não pode ser considerado o único motivo do afastamento alérgico dos nossos jovens em relação a política partidária. Não se pode ignorar que essa garotada nasceu ou é criada sob a influência do computador e por extensão arraigada a internet. A tecnologia chegou, o mundo evoluiu e esses jovens estão sendo educados com direcionamento aos nichos de mercado de trabalho e acabam recebendo influência diversas – sem descartar da própria família - em escala cada vez menor.
HÁBITOS Ficou na saudade aquele tempo em que toda a família se reunia em volta da televisão (na sala) para assistir ao noticiário. Hoje cada filho tem seu celular, assiste seus canais favoritos no Youtube e em raras ocasiões compartilha de momentos a frente da TV. As manchetes dos sites sobre episódios da política acabam funcionando como repelente - enojando a juventude que ironiza os personagens políticos. Teste o jovem deste círculo social sobre a conduta petista, do deputado Aécio Neves (PSDB) ou do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB). Você só ouvirá ironias e deboches.
QUESTÕES Como os dirigentes partidários veem o quadro de apatia dos jovens em relação as eleições de 2020? Tentam selecionar os jovens interessados para prepará-los ao exercício efetivo do poder ou simplesmente querem usá-los em benefício ‘deles coronéis’? Apenas atrair a juventude para a vida pública partidária não basta. É preciso dar-lhe condições, autonomia a fim de tentar colocar em pratica suas ideias. Os jovens não podem ficar reféns ou exercer o papel de marionetes manipuladas pelas velhas raposas que querem continuar dando as cartas para apenas negociar a seu favor.
OPINIÃO! “A certeza da punição é a principal responsável pela contenção da criminalidade, da violência difusa e da corrupção. Implica dizer que quanto maior a morosidade do Estado em punir aqueles que agridem a sociedade, maiores serão os índices de violência e desordem social. No Brasil os intermináveis recursos,cumprir pena só após o trânsito em julgado do último embargo cabível equivale a dar salvo conduto vitalício ao crime organizado e, em especial, aos gângster de colarinho-branco”. ( Ubiratan Anderson – deputado federal do PSL-RS).
BOM NEGÓCIO Além da economia anual de R$4 milhões na conservação, o Estado embolsará R$605,3 milhões na privatização da Rodovia MS 306, sendo 19% do valor a ser pago no 1º semestre de 2020. Esse o balanço da privatização destes 220 kms da rodovia que vai da divisa com Mato Grosso em Costa Rica, passa por Chapadão do Sul e finda em Cassilândia. Uma rodovia estratégica - o caminho mais curto entre Cuiabá e o Estado de São Paulo, numa rota facilitada pela ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná. O pedágio só será cobrado após um ano início dos investimentos pela empresa.
AVACALHAÇÃO No Brasil o comunismo não daria certo devido as exceções que seriam concedidas a chamada elite social e política. Por analogia a bem intencionada reforma previdenciária acabou depredada por isso. Aliás, o noticiário local mostra as barbaridades que também ocorrem aqui. Ilustres personagens da chamada elite do serviço público orquestram jogada para simplesmente escaparem dos efeitos da reforma. Então fica assim: os pobres mortais que se danem com o limite de R$5,8 mil de aposentadoria. Para os ‘imortais’ multiplica-se esse valor 6 vezes.
A PROPÓSITO Não houve explanação didática da situação da previdência quando o projeto foi levado ao Congresso. Há risco de repetirmos a crise da Grécia .Também no MS a população não está informada do real cenário. Com tantos funcionários perto da aposentadoria o sistema será deficitário: cada vez menos gente contribuindo. Aliás, Sergio Longen (Fiems) alertando: essa conta se aplica inclusive às prefeituras que precisam implementar a reforma da previdência o quanto antes. O diabo é que de olho nas urnas, prefeitos e vereadores temendo o desgaste - empurrem com a barriga.
CONFIRA o quadro mostrando o benefício médio da previdência por poderes em relação ao cidadão comum no Mato Grosso do Sul: Executivo - 4,7 vezes; Legislativo -7,8 vezes; Judiciário -7,9 vezes; TCE – 8,9 vezes; Defensoria – 17,5 vezes; MPE – 19,7 vezes. Coube ao economista Paulo Sergio B. Tafner, em palestra proferida quinta feira na Casa da Indústria ( FIEMS), mostrar os aspectos que envolvem a previdência nacional e do Estado. Aliás, ele revelou a preocupação manifestada pelo prefeito Marcos Trad (PSD) em relação a previdência da capital, cuja situação é grave.
VERDADES Impressionante como os políticos adoram cargos onde possam ter o poder da caneta. Como num passe de mágica esquecem as promessas de palanque e já planejam outros voos rumo ao Poder Executivo. Poucos são aqueles que cumprem integralmente sua trajetória no legislativo e se dizem realizados. Exemplo raro que cito aqui é do ex-senador Pedro Simon (MDB) que começou em 1960 como vereador em Caxias do Sul (RS), depois deputado estadual sucessivamente até chegar ao Senado em 1978, onde encerrou a vida pública apenas em 2014.
O PREÇO A atividade política sacrifica os familiares. Quando se trata de mandato a cumprir em Brasília a situação se agrava ainda mais e o divórcio tem se tornado uma frequência no circulo do poder. Recorro novamente ao ex-senador gaucho para ilustrar a abordagem do tema. Em 1984 Simon trocou o prometido passeio com a família na praia para ficar de plantão visando registrar a chapa de Tancredo Neves à presidência. A mulher foi dirigindo, envolveu-se num acidente onde morreu um dos 3 filhos com 10 anos de idade. Sua mulher entrou em depressão e morreu 4 meses depois. Preço alto.
LEGISLAR exige uma série de predicados, destacando-se a formatação e a vocação. Às vezes a realidade do ambiente é decepcionante e desanimador até, fazendo com que muitos revejam o projeto justificando o ditado de que ‘Brasília é o cemitério dos sonhos políticos’. A abordagem do tema coincide com as notícias envolvendo o PSDB e a postura dos seus deputados Beto Pereira e Rose Modesto em relação as eleições de 2020 em Campo Grande. Claro que são democraticamente legítimas suas pretensões, mas ambos se encaixam no exemplo da atração provocado pelo Poder Executivo.
ARREMATE No Executivo a cadeira do poder é una. O poder tem o cunho da pessoalidade e independência. Lá na Câmara Federal são 513 figuras onde apenas os integrantes da mesa diretora usufruem de privilégios. Conseguir se destacar depende de vários fatores; do peso partidário aos atributos pessoais do deputado. Os espaços são disputadíssimos. Hoje, dos nossos 8 parlamentares o deputado Fabio Trad (PSD) é quem consegue se destacar em situações de interesse nacional. Foi escolhido agora para relatar a PEC da 2ª. Instância. Missão delicada, mas engrandecedora – sem dúvida!