‘RENOVAÇÃO’ O MDB Estadual repetindo a estratégia do MDB nacional: fala em renovação e escolhe personagens ligados aos velhos caciques. Amei a pérola dita pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), na sua eleição (chapa única) para presidente da sigla: “o partido não precisa de governo para sobreviver”, esquecendo que o MDB foi sócio do PSDB e PT no Planalto. Aqui o partido com a cara de passado com ex-governador Puccinelli representado pelo ex-deputado Jr. Mochi no seu comando e o ex-senador Moka (MDB), ex-deputado federal Carlos Marum (MDB) também na retaguarda.
FOTOS IGUAIS Olhe quem estava na eleição do diretório nacional do MDB e nos últimos encontros do partido em Campo Grande. As mesmas caras. Lá, estiveram o ex-presidente Sarney ( 89 anos) e os ex-ministros Moreira Franco e Alexandre Padilha e outros derrotados nas urnas e alvos da Operação Lava Jato. A presença deste time constrangeu gente mais nova. O deputado gaucho Edson Brum desabafou: “Não me sinto à vontade. Vão sair fotos daqui que terei vergonha”. Aqui, a diferença apenas nas imagens desgastadas e envelhecidas pelo tempo de suas lideranças maiores.
TÁTICAS & PLANOS Há uma unânimidade no MDB de que seria suicídio enfrentar o prefeito Marcos Trad (PSD) no estilo ‘mano a mano’. Abre-se aí a discussão para tentar convencer lideres de outros partidos a lançarem candidatos a prefeito para provocar o 2º turno. Até o ex-governador Zeca do PT será convidado a integrar o que seria a reedição da famosa ‘Frente Ampla’ que no passado não saiu do papel contra o Governo Militar. O promotor Sergio Harfouche (PSC), Ricardo Ayache (PSB) e lideranças de partidos que estão longe dos holofotes também na lista de futuros contactos.
‘ARTE DA GUERRA’ Na conhecida obra do chinês Sun Tzu há dicas sobre a estratégia de vencer que se enquadram na situação do MDB que prioriza outra batalha (sucessão estadual) e que tem o pleito municipal como fase preparatória apenas. Mas enquanto isso o MDB tenta tirar o ex-governador Puccinelli do centro do debate para livrá-lo de possíveis medidas judiciais que recomendaram seu afastamento de cargos públicos. Mas André sabe que o político não pode tirar os olhos do calendário e do espelho – implacáveis, cruéis para todos os humanos na luta contra o tempo.
OUTRO ALVO Nos bastidores do MDB fica visível que a preocupação maior é tentar conter o crescimento do grupo político da Família Trad, levando-se a visibilidade que seus membros possuem hoje no cenário. Ao que parece, a lição na derrota para Alcides Bernal (PP) em 2012, sem grupo e estrutura partidária/financeira não foi assimilada como é recomendável no contexto da racionalidade. E olhe que depois disso o partido entrou numa rota descendente com escândalos diversos e até prisões mostradas na mídia nacional e nas redes sociais cada vez mais influentes no mundo da política.
‘O BODE NA SALA’ Como desassociar o ex-Secretário de Obras da Prefeitura de Campo Grande, ex-Secretário de Obras do Governo Estadual e ex-deputado federal Edson Giroto da figura do ex-governador Puccinelli? As duas pessoas e personalidades se fundiram ao longo desta relação de fidelidade recíproca que todos conhecem em várias situações que dispensam citações. Ainda preso, sem mandato político, Giroto sofre silenciosamente e de forma invejável não dispara acusações ou reclamações contra quer que seja. Tem absoluta consciência do preço que está pagando pelo ocorrido.
LAMAÇAL Não vamos nos enganar. Político idiota é justamente aquele que imagina encontrar o eleitor despreparado, desinformado e sem argumentos para defender seu ponto de vista. Aliás – nós jornalistas - estamos sofrendo a concorrência em matéria de opinar nas redes sociais. Eu tenho tido; com o advento do celular os currais eleitorais simplesmente acabaram. O eleitor está tendo a grande chance de aparecer, de se fazer ouvir e de mostrar sua opinião – doa a quem doer. Com sutileza ou não ele descarrega sua revolta contra o cenário e personagens. É a democracia da opinião.
ESPAÇOS Vão aparecendo e motivam batalhas internas nos partidos e grupos aliados. Falo disso porque especula-se sobre eventuais pretendentes a candidatura de vice prefeito de Marquinhos Trad em 2020. Além daqueles que a mídia já tem noticiado, sinto um movimento dentro do PSDB em tentar emplacar o nome do atual Secretário do Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente Jaime Verruck, economista com graduações até no exterior, ex-diretor corporativo do Sistema FIEMS. Ele vem se destacando em várias pautas relacionadas aos projetos econômicos do Estado.
MIRIAM LEITÃO: “...Sim, o PT precisa fazer autocrítica. Na economia, certamente. Não por qualquer exigência de humilhação pública, mas porque é preciso saber se o partido, na eventualidade do retorno, repetirá ou não os mesmos erros. Quando o PT saiu do Planalto a economia estava em ruínas: o PIB encolhia 3,5%, a inflação havia batido em 10%, os juros estavam em 14% (hoje estão em 5%).o desemprego haviam disparado de 6% para 11,4% em um ano e meio, a dívida pública subia em espiral, o país perdera o grau de investimento, as contas públicas estavam no vermelho...”