PALAVRA – Evangelho Lucas 14:25-35
Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz. Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
MENSAGEM - Estamos no Mês da BIBLIA. Ela é sempre uma luz em nossa caminhada cristã. Hoje ela nos fala do Seguimento de Jesus e suas EXIGÊNCIAS: Não é um caminho de facilidade, mas sim de renúncia... A 1ª Leitura é uma oração atribuída a Salomão, que os judeus de Alexandria rezavam a fim de que iluminasse as exigências da fé em meio ao mundo pagão em que se encontravam. Lembra que só em DEUS é possível encontrar a verdadeira felicidade e o sentido da vida. (Sb 9,13-19) Na 2ª Leitura, Paulo aplica as consequências do seguimento de Jesus: intercede em favor de um escravo fugitivo (Onésimo), junto a seu “dono” (Filêmon), para que o receba não mais como um escravo, mas como irmão. (Fm 9b-10.12.17) O Evangelho aponta o “Caminho do Discípulo”. (Lc 14,25-33) Jesus estava a caminho de Jerusalém... onde iria ser morto numa Cruz... O Povo o seguia numeroso, entusiasmado pela sua pessoa. Mas Cristo não era um demagogo, que fazia promessas fáceis, para atrair multidões a qualquer preço. Ele sabia que entre eles havia: Bons, desejosos da boa palavra... que buscavam sinceramente o Messias... Curiosos: em satisfazer o desejo de novidade... Interesseiros: na esperança de participar da glória e da fama... Inimigos: à espreita de uma ocasião para acusá-lo e condená-lo. Sem medo de perder alguns simpatizantes, Jesus aponta TRÊS CONDIÇÕES para segui-lo: 1. DESAPEGO afetivo: aos familiares... até à própria vida: “Quem não ‘odeia’ o seu pai, sua mãe... até a própria vida, não pode ser meu discípulo...” ODIAR aqui não significa rejeitar os sagrados laços familiares, mas priorizar os valores do Reino. 2. DISPONIBILIDADE em carregar a Cruz: “Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo...” A CRUZ é a imagem que melhor sintetiza toda a vida de Cristo. O “Discípulo” é convidado a imitar o Mestre... 3. RENÚNCIA aos bens materiais: “Quem não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo...” Vivendo em função deles, não sobra espaço para Deus, nem relações de partilha e solidariedade com os irmãos... Seguir o Mestre, não deve ser uma atitude passageira, nascida num momento de entusiasmo, mas sim, uma decisão ponderada, amadurecida e coerente até o fim. Duas pequenas PARÁBOLAS, a TORRE a construir e a GUERRA a conduzir, ilustram a necessidade de planejar, empenhando-se cada dia na vivência cristã. O Povo não podia se deixar levar pelo entusiasmo momentâneo, pelo contrário, devia calcular bem, se está em condições de perseverar... O seguimento de Cristo é... um caminho fácil, onde cabe tudo? ou um caminho exigente, onde só cabem os que aceitam a radicalidade de Jesus? A nossa Pastoral deve facilitar tudo, ou ir pelo caminho da exigência? A grande maioria no nosso povo se diz “cristão”... seguidor de Cristo... Recebe os Sacramentos de Iniciação... Reconhece os valores de Deus e da Fé... mas a vivência cristã deixa a desejar... Muitas vezes, ficamos felizes, quando vemos a igreja lotada... Mas qual é o verdadeiro motivo que leva muitas pessoas à igreja? Todos os que participam com entusiasmo das cerimônias solenes, das procissões, das romarias... estão realmente conscientes dos compromissos que a fé cristã envolve? O que nos diria a respeito, o Evangelho de hoje? Será que Cristo está mais interessado no número, ou na qualidade? Há dois tipos de Religião: As REVELADAS: como a nossa... em que a Bíblia é a fonte de inspiração... É Deus que se revela e nós aceitamos o que essa revelação nos propõe... As CRIADAS: que foram inventadas pelos homens, segundo o modelo que mais satisfaz seu modo de pensar e de agir... Qual nos dá mais segurança de realizar o Plano de Deus? Uma religião mais fácil pode até ser mais atraente... mas certamente não será a mais fiel à proposta de Cristo... Estamos nós dispostos a ser verdadeiros Discípulos de Cristo, pelo caminho duro e exigente, que o evangelho de hoje nos propõe? Peçamos a Deus muita LUZ para compreender essa verdade... e muita FORÇA para sermos fiéis à escolha feita... Procuremos nesse mês dedicado à Bíblia, valorizar ainda mais a Palavra de Deus, dedicando-lhe um tempo especial dentro do nosso dia, para uma atenciosa LEITURA ORANTE DA BÍLIA. Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 08.09.2019.
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Estamos no Mês da BIBLIA. Ela é sempre uma luz em nossa caminhada cristã.