A POSTURA de Aécio candidato lembra o 1º ministro inglês Chamberlain que firmou o pacto com Hitler temendo a guerra com a Alemanha. Voz solitária, Churchil vaticinou: “entre a desonra e a guerra, eles escolheram a desonra – e terão a guerra”.
EMBLEMÁTICA: A derrota de Aécio em MG é explicável. Em 2008 Aécio apoiou Fernando Pimentel para prefeito de BH. Apesar de ter deixado o governo em 2010 com 92% de aprovação, Aécio não tem hoje como se confrontar com o ex-aliado.
A LIÇÃO: Não adiantam estradas, indústrias e escolas se os Estados não competirem com o Palácio do Planalto em matéria de ‘bolsas paternalistas’. Infelizmente é isso. Há uma camada razoável da população que não abre mão dessa ajuda mensal.
FADIGA? Esse fenômeno é visível nestas eleições. Vejam o exemplo de André no MS. Apesar de ser hoje o governador melhor avaliado do país, seu percentual de aprovação é abaixo da classificação de 2010 quando ocupava o 5º posto entre os melhores.
‘OS IGUAIS’: Os falsos paladinos da moralidade precisam guardar suas espadas após a divulgação dos nomes de políticos beneficiados naquela extensa lista do Paulo Roberto Costa (Petrobras). Cada qual com seus argumentos, que a gente ensaca e guarda.
EXEMPLOS: Cristovam Buarque (R$50 mil); Biffi (R$160 mil); Cândido Vaccarezza (R$675 mil); Fábio Trad (R$100 mil); Vicentinho (R$116 mil); Geraldo Resende (R$ 100 mil); Stepan Nercessian (R$30 mil) e Reinaldo Azambuja (R$330 mil).
O QUADRO: Aqui não aconteceram mudanças substanciais na corrida ao governo e Delcídio ainda tem chances de faturar no 1º turno. Metade pelos seus méritos pessoais e outra metade pelos equívocos estratégicos e incapacidade de Azambuja e Nelsinho.
DELCÍDIO: Quem esperava que ele fosse ficar acuado neste episódio da Petrobras errou, ou melhor, se deu mal. Respondeu incontinenti com indignação à campanha dos tucanos e Cia sob a inspiração prevista de Antonio João em seu jornal inclusive.
‘INTERESSANTE’: Lá atrás alertamos para os riscos quando Azambuja estendia tapete para receber Delcídio nos encontros ‘Pensando MS’. De olho no senado (via coligação branca), o tucano foi o fiador moral de Delcídio, separando-o do resto do PT.
‘MUDANÇA’: Azambuja não tem conseguido convencer a opinião pública de que reúne todos os predicados do seu bordão de campanha. Ao trocar a candidatura ao Senado pelo Governo estava sim priorizando muito mais os desejos e interesses pessoais.
SINAIS: A notícia de que os tucanos devem poupar Nelsinho em suas críticas para tê-los como aliados num eventual 2º turno soa mal. É um tiro no pé nas pregações de quem hoje pede renovação e que criticava a administração peemedebista na capital.
NELSINHO: Seu desempenho deve ser atribuído também a ‘natureza estranha’ de seu partido (PMDB), que em Brasília lembra aquele casal que dorme em camas separadas, adiando o divórcio devido a partilha de bens e por conveniências ocasionais.
PROJETOS: Não é segredo que o projeto de André não está atrelado ao sucesso de Nelsinho e da família Trad. Embora no PMDB, eles têm origens e projetos diferentes. Há muito mais hipocrisia do que sinceridade nestas relações partidárias.
DESENCONTROS Visíveis desde a campanha de Giroto para a prefeitura da capital. O PMDB chegou rachado; cada grupo cuidando apenas de seus candidatos à vereança e até incentivando os adversários. Até hoje André não engoliu esse episódio.
REFLEXOS: São visíveis na postura dos deputados candidatos que deveriam fazer a defesa partidária de Nelsinho. Suas declarações são pálidas, formais, estranhas mesmo, não passando aquela necessária e natural sensação de comprometimento.
ESPERANÇA: Reside hoje na iniciativa do senador Moka em reascender a chama do PMDB presente em todos os municípios. Filiado desde 1978, é braço forte com notável influência nas lideranças municipais, até então adormecidas nesta campanha.
PREVISÕES Havendo ou não a reforma partidária teremos um realinhamento de forças no Estado. E tem muita gente de olho na prefeitura da capital. Marcos Trad, por exemplo, tem projeto pronto para sair do PMDB e tentar suceder Olarte.
PLACAR: As pesquisas apontam para uma mistura de conservadorismo e anseio de mudanças. O PT deve ganhar em apenas 5 Estados, a oposição em 18 e por enquanto há empate técnico em 4 Estados. Em cada caso uma explicação para o placar.
ENIGMA: Embora sua administração seja aprovada pela maioria, Dilma tem contra si seu estilo pessoal que exala a arrogância. Está em desvantagem nas comparações com Marina Silva, a ex-radical que agora passa uma imagem de humildade.
DECEPÇÕES? Grande aposta pessoal de Lula, Gleisi Hoffmann amarga hoje o 3º lugar nas pesquisas do Paraná com 14%. É o mesmo caso de Alexandre Padilha em São Paulo. O poder de transferir prestígio ‘ é relativo’, como diria Justo Veríssimo.
PICARELLI: Na luta para conquistar o 8º mandato na AL. Na última conversa com o deputado deu para sentir o volume de suas ações e até onde elas chegam. Ele não se limita apenas as aparições no radio e TV. Não chegou onde está por mero acaso.
‘MENOS PLEASE’: Cada coisa no seu tempo e quadrado. O prefeito Olarte precisa repensar suas atribuições constitucionais como prefeito e separá-las da religião sob pena de cair no ridículo junto a opinião pública. Algum assessor precisa alertá-lo.
“Duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos”. ( Millor Fernandes)