A PALAVRA - Evangelho Jo 6,60-69
60Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? 61Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto escandaliza-vos? 62Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? 63O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida. 64Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. 65E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido. 66Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. 67Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? 68Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 69E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.
MENSAGEM
Ao longo da estrada de nossa vida, nos deparamos com muitas encruzilhadas, em que devemos fazer uma ESCOLHA: Devemos tomar uma estrada e deixar a outra… Como é importante, nesses momentos, o testemunho seguro de alguém que sabe o que quer! As leituras nos dão dois testemunhos muito significativos: Josué e Pedro. A 1a Leitura narra a ESCOLHA de Israel: Javé ou os ídolos. (Js 24,1-2.15-18) Após a longa peregrinação através do deserto e a posse da Terra Prometida, Josué convoca o Povo e o põe diante de uma ESCOLHA fundamental: “ESCOLHEI a quem quereis servir: os deuses do lugar, ou o Deus que nos libertou do Egito e fez uma Aliança conosco? Eu, porém, e a minha família vamos servir ao Senhor”. Diante do testemunho forte de Josué, o povo não se deixou levar pela tentação de uma religião mais fácil dos cananeus, pelo contrário renovou sua fidelidade ao Deus de seus pais. Na 2ª Leitura, Paulo fala do amor conjugal, como sinal do amor de Cristo à sua Igreja. Os esposos devem escolher: Amor ou egoísmo. (Ef 5,21-32) Como Cristo e a Igreja formam um só corpo, assim marido e esposa, comprometidos numa comunidade de amor, formam um só corpo. O casal cristão deve ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja. O Evangelho narra a ESCOLHA de Pedro e dos Apóstolos. (Jo 6,60-69) O texto é a conclusão do discurso do “Pão da vida”, que provoca uma profunda crise entre os discípulos… Diante de Jesus e de suas palavras, são levados a fazer uma ESCOLHA: Seguir ou abandonar Jesus... Cristo havia feito o milagre da multiplicação dos pães… O Povo entusiasmado quer proclamá-lo rei… Cristo pede um gesto de fé: crer ou não nele... aceitar ou não a sua proposta... Buscar apenas o pão material ou acolher o Dom do Pão da vida... Como alimentara o povo com o pão material… assim também daria um outro pão que seria o próprio corpo (a Eucaristia). E o povo se escandaliza… não aceita… até os discípulos murmuram: “Essas palavras são duras demais, é difícil de engolir...” Muitos se retiram e o abandonam… Jesus não muda a linguagem, exige fé. A fé pode ser aceita ou recusada, mas não “negociada”... Sem a fé, não entenderiam aquelas palavras e aqueles sinais… Por isso, questiona os doze: “Vocês também querem ir embora?” Diante desse desafio, aparece o belo testemunho de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna.” A atitude forte de Pedro dissipa as dúvidas dos demais apóstolos, e todos permanecem fiéis junto ao seu Mestre. A nossa escolha. Nós fizemos a nossa escolha, no dia do nosso Batismo quando proclamamos que queríamos crer em Cristo... E todos os dias somos convidados por Jesus a construir a nossa existência sobre os valores do amor, do serviço, da partilha com os irmãos, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho... Mas todos os dias somos tentados a construir a nossa vida nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda... Há momentos em que devemos fazer também a nossa ESCOLHA... CRISTÃO é quem escolhe Cristo e o segue... Para isso, deve ser educado no pensamento de Cristo, ver a história como ele, julgar a vida como ele, escolher e amar como ele, esperar como ele ensina, viver nele a comunhão com o Pai e o Espírito Santo. HOJE vemos muitos católicos deixando a religião e ficamos preocupados... A falha é de quem? Da Igreja que batiza? Dos pais que não vivem a vida cristã? Da comunidade que não evangeliza ou não testemunha sua fé? Você teria a mesma convicção firme de Josué...: “Nem que todos te abandonem, eu e minha família, não...”
Ou a mesma firmeza de Pedro? “A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna”! Que tipo de cristão você pretende ser? Que tipo de religião pretende seguir? Uma religião REVELADA por Deus, que você acolhe generosamente... ou uma religião CRIADA pelos homens, porque atende melhor a seus interesses pessoais? Você é consciente e fiel à escolha feita no Batismo? No Evangelho, Jesus não parece estar tão preocupado com o número de discípulos que continuarão a segui-lo. Prefere perder os discípulos a renunciar à Missão que recebeu do Pai. O Reino de Deus não é um concurso de popularidade... Muitos pensam que, “suavizando” as exigências do Evangelho, seriam mais facilmente aceitas pelos homens do nosso tempo... O que deve nos preocupar não é tanto o número de pessoas que vão à igreja; mas o grau de autenticidade com que vivemos e testemunhamos no mundo a proposta de Jesus. E nós... a quem iremos? Se ainda estivermos indecisos em nossa escolha, recordemos as palavras de Pedro: “Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna…”
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 26.08.2018
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