CONTROVÉRSIAS - A falta de um código eleitoral atualizado gera polêmicas. A questão das candidaturas e eventuais prisões de candidatos é um nó a desatar. O entendimento de que o candidato não poderá ser preso ( salvo em flagrante) após o registro da candidatura fomenta o sentimento de impunidade. A candidatura passa a ser o salvo conduto para quem tem problemas com a justiça. É obvio, a candidatura do ex-governador Puccinelli ( MDB), por exemplo, visaria também livrá-lo de eventual prisão pela Justiça Federal.
MORREU - Alarico Reis D’Ávila, ex-deputado estadual (PTB). Saiu de cena sem alarde, em paz, recolheu-se ao lar curtindo seu jardim e ouvindo os pássaros - cena bucólica que testemunhei repetidamente. Homem de seu tempo, de outros valores! A última aparição pública foi na homenagem que a Santa Casa prestou-lhe como ex-dirigente. Vicente Vuolo, Edson Brito, Edyl Ferraz, Lourival Fontes, Fauze Scaff - alguns dos ex-colegas de parlamento em Cuiabá. “O passado não é aquilo que passa, mas o que fica do que passou” (Tristão de Athayde).
‘FAKE NEWS’ - Quando Donald Trump disse “you’re fake news’ ao jornalista da CNN, plantou algo novo no cenário político. ‘Fake news’ motiva debates. Com a tecnologia atual, a guerra de imagens e notícias manipuladas ocorrerão. Os políticos terão que ter boa equipe para combater as notícias falsas na justiça, que pode não ter a mesma agilidade de seus postadores. Em quem o eleitor vai acreditar? Boa pergunta.
DESMENTIR - as notícias e imagens podem não ser suficiente em alguns casos. Exige-se algo mais sob pena de estragos irreversíveis. É bom lembrar: os recursos tecnológicos permitem montagens imperceptíveis de fotos e documentos oficiais. A afirmativa do ministro Luiz Fux (STF), de que eleições poderão ser anuladas devido as notícias falsas, dão a dimensão de como o caso está sendo tratado pela justiça.
OUTROS TEMPOS - O envolvimento de policiais militares com o crime organizado mereceram comentários do deputado cabo Almi (PT) ao colunista. Diz que o cenário é diferente da época (1983) de seu ingresso na corporação. Os soldos de hoje são muito melhores proporcionalmente. Admite: tudo isso prejudica a imagem da polícia junto a população. A polícia virando caso de polícia.
‘WANTED’ - Procurar o candidato perfeito seria como sonhar com uma noiva ideal que tivesse uma família sem problemas por exemplo. Não existe. Na escolha do candidato adota-se o sistema natural de exclusão e então acaba sendo escolhido o menos pior ou algo parecido. Quando converso com o eleitor na faixa entre 30 e 60 anos, percebo isso. Com 41% do eleitorado desalentado e raivoso sem candidato, a sucessão presidencial continua aberta.
LAMENTÁVEL - Pelo ‘Datafolha’, 62% dos jovens, ( 20 milhões de 16 a 24 anos), querendo dar o fora, tentar a sorte no exterior. Não são desertores, mas não querem virar Uber ou vender brigadeiros. Querem emprego, um futuro melhor. Será que os políticos estão preocupados com esses dados alarmantes? Afinal, a cambada que aí está não é eterna. E a situação lá fora não é boa para os imigrantes: Humilhações e riscos.
ALGEMAS - As cenas dos jovens algemados nos pés e mãos no caso da imigração (USA) mostram a pratica diferente da nossa Só porque o ex-governador Sergio Cabral (MDB-RJ) foi algemado criou-se a polêmica, como se ele não causara tantos males ‘via corrupção’. ‘Direitos Humanos’. A OAB fez sua parte - à serviço dos clientes ricos, ignorando quem morreu nos hospitais sem assistência devido a grana roubada por sua ‘excelência’.
NO ESPELHO - Ruim a imagem da justiça: perde de goleada para os bombeiros. O índice do ‘Data Folha’ em 2017 piorou com as últimas decisões do STF beneficiando políticos e poderosos – notadamente na ‘Lava Jato’. A política entranhou-se na mais alta corte do país e até o impossível virou possível. Não será surpresa por exemplo se o ex-deputado Edson Giroto (PR) ( e cia) ganhar a liberdade em breve.
DESAFIOS - A indignação do eleitorado de Tocantins (quase 52% de ‘não votos’) é a amostra grátis do que virá nestas eleições. Os otimistas insistem: era uma eleição atípica ‘meia boca’, mas ignoram as pesquisas confiáveis. Fisgar o eleitor esclarecido será bem difícil. Já quanto ao eleitor de ocasião ($$$$$$$$$) exigirá muita ‘$aliva. Se não é o Brasil que queremos, é o país que temos. A escolha dos candidatos nada mais é que o reflexo do caráter do eleitor. Mas é hora de puxar a ‘descarga’ nas urnas.
PARAFRASEANDO - o poeta Fernando Pessoa: “No Brasil vale a pena roubar, desde que a quantia não seja pequena”. Surrupiar sabonete na farmácia, bolacha no rmercado não pode. É ferro! Quanto aos roubos gigantes travestidos de desvios de verbas, superfaturamento e comissões em emendas parlamentares, são vistos sob outra ótica pela justiça. Além do mais, pela anomalia do foro privilegiado a prescrição tem sido um santo remédio que salva a maioria dos políticos ladrões. E segue a santa procissão.
MAIS UM... - Será que o apresentador de TV José Luiz Datena (DEM) fez a análise correta dos riscos e consequência de disputar o Senado em São Paulo? O olhar crítico de quem está fora da política é diferente de quem vive no meio dela, onde a vontade individual se perde nos interesses obscuros do Congresso. Acho que ele mais perde do que ganha ao ficar sem o canhão da TV. onde tem a boa imagem consolidada. Quem trocou a mídia pela política partidária não correspondeu ou se frustrou. Os exemplos vocês conhecem inclusive em nosso Estado.
ENQUANTO - está no exercício da função, o apresentador – de alguma forma – só não deve contrariar os interesses da empresa onde trabalha. Até aí tudo bem. Mas eleito, estará sob o jugo de seu partido e dos interesses diversos de seus dirigentes, sob o risco inclusive de perda do mandato. Isso sem contar que o universo político é uma teia de aranha que engole os inocentes e inexperientes.
‘NOSSO JEITO’ - Em Sidrolândia (MS) a Câmara teria gasto R$2.700,00 para lavar 6 caixas de água (Cr$450,00 cada), embora o preço dela na loja seja de apenas R$350,00. Já a ‘higienização’ do telhado (telhas de barro) da Câmara foi de R$5.700,00, embora o preço cobrado na cidade gire em torno de R$1.000,00. Oportuno citar os R$245.516,00 gastos pela Câmara da nossa capital em 18 meses na confecção de medalhas, estatuetas e placas para homenagens diversas. Segue a galopeira.
AGUENTA! - A Agência Nacional de Saúde Suplementar continua defendendo as empresas dos planos de saúde quando deveria defender os seus associados. Quem contratar plano novo terá que pagar até 40% dos custos da consulta e de todos os atendimentos. Para a maioria dos pretendentes o jeito será continuar no SUS e seja o que Deus quiser. O que os políticos, com planos de saúde garantidos, acham disso?
PRIORIDADES - Após aprovado seu projeto instituindo a Guavira como fruta símbolo de nosso Estado, o deputado Renato Câmara (MDB) quer criar o Dia do Contador de Histórias. Na mesma esteira das prioridades dos legisladores a iniciativa do deputado Amarildo Cruz (PT) instituindo o ‘Dia do Orgulho do Cabelo Crespo’. Enfim, nas eleições de outubro teremos mais gente nos barrancos dos rios do que nas filas de votação. De leve...
DOURADOS - Tenho sérias dúvidas de que Murilo Zauth (DEM) aceite tentar repetir a experiência de candidato a vice governador de Puccinelli (PMDB). Sua passagem pelo poder não lhe causa boas recordações – levado-se em conta que foi pouco prestigiado. Murilo não apareceu nas fotografias emblemáticas e nem era consultado ainda que ‘pro forme’ nas questões governamentais. Indaga-se: nesta altura da vida ele precisa disso?
MORDIDA & LEÃO - Deputado federal Fabio Trad é o relator da Comissão da Câmara que aprovou o projeto de lei isentando do Imposto de Renda aposentadoria e a pensão até o limite mensal de R$3,8 mil do contribuinte com mais de 70 anos. Hoje a isenção atinge só quem recebe até R$1.566,61, o dobro do teto assegurado a todos os contribuintes. Valeu!
DELÍRIO ou ressurreição? - Ao longo dos anos acompanhando a política não há como deixar de registrar a falta de autocrítica. Continuo ouvindo noticias sobre a pretensão de ex-políticos de tentar voltar ao cenário, ignorando assim o pensamento do eleitor. Pintar o cabelo e renovar o guarda roupa não resolve. Esse pessoal precisa assumir os netos para evitar a depressão após o vexame nas urnas.
DESLEAL? - A praticidade, segurança, a diversidade e os preços menores dos produtos comprados pela internet estão abalando o comercio tradicional, inclusive os shoppings. Nas conversas com o pessoal do Correios fica evidente o crescimento deste tipo de comércio, com nicho forte localizado entre os jovens e os profissionais liberais. O IBGE mostra: só em 2016 cerca de 46.322 empresas fecharam no Brasil. “Este é o país com a maior chance de se criar um mundo novo. Caos não falta.” ( Millôr Fernandes)