Juiz ou Salvador?
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Sexta-feira | 09 de Março de 2018
Juiz ou Salvador?

PALAVRA - Evangelho segundo S. João 3,14-21
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: “Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. 
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita n’Ele já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus”. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus». 
 

MENSAGEM - A Quaresma é um tempo oportuno para purificar ideias e atitudes de nossa vida cristã. Muitas vezes somos levados a ter de Deus a imagem de um juiz severo e castigador... Será essa a verdadeira imagem de Deus que devemos ter? A Bíblia tem uma imagem bem diferente: Um Deus Criador e Amigo... que dialoga com Adão... Um Deus que faz uma Aliança de amizade com o seu povo... Um Deus-conosco (“Emanuel”)... que caminha com o povo... Um Deus que liberta... e salva... Um Deus misericordioso, que perdoa... Um Deus Pai... sempre disposto a acolher o filho pródigo... O castigo é um remédio extremo para que se arrependa e volte à amizade. O Pecado do homem, o Castigo e o Perdão de Deus. O Povo foi infiel à Aliança. Por isso, Jerusalém foi destruída e sua elite foi deportada para a Babilônia. Mas Deus não abandona o povo, apesar das infidelidades. O povo arrependido voltou seu coração para Deus e Deus o conduziu de volta à sua terra. Deus é mais misericórdia, do que justiça... No Evangelho, Jesus se revela como Salvador e não Juiz. A missão de Cristo no mundo e na história é salvar e não condenar. (Jo 3,14-23). É a conclusão do diálogo de Jesus com NICODEMOS, que nas “trevas da noite”, vem falar com Jesus à procura de “Luz”. No final, descreve o projeto de Salvação de Deus: “Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu próprio filho e este não veio para julgar o mundo, mas para salvá-lo”. No deserto, os hebreus olhavam para a serpente levantada por Moisés como sinal de cura e libertação. Faz lembrar a cruz onde foi levantado o Filho do homem. Da Cruz de Jesus brota a vida e a saúde para toda a terra. Ao olhar com fé para esse sinal, ficamos curados... O texto nos convida a contemplar uma História maravilhosa: O Amor de Deus oferece ao homem vida plena e definitiva. Aos homens compete aceitar ou não o dom de Deus. Jesus não veio condenar e excluir ninguém da salvação. Ele é a luz divina enviada ao mundo para mostrar o caminho da verdade e da vida que conduz a Deus. As pessoas podem rejeitar Jesus e sua missão, permanecendo nas trevas do egoísmo, rejeitando Jesus e sua missão; ou então aceitar Jesus e seguir seu projeto, deixando-se envolver pela luz da fé e da salvação. João define o caminho para chegar à vida eterna: CRER EM

JESUS: - Não é uma mera adesão intelectual a umas verdades mas acolher JESUS enviado pelo amor do Pai para salvar os homens. É escutar Jesus, acolher a sua mensagem e segui-lo nesse caminho. É deixar as trevas e caminhar para a Luz… É aceitar essa Luz... Isso supõe desfazer-se de muitos projetos pessoais. E o julgamento final como fica? Muitos imaginam um Deus severo, que vai analisar tudo com rigor até os mínimos detalhes. Seria então Ele um Pai, que ama os bons e os maus, como ensinou Jesus? Segundo João, o julgamento não é pronunciado por Deus, mas pela escolha que cada um faz diante da Luz de Cristo. “Quem nele crê, não é condenado. Mas quem não crê, já está condenado... A Luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas.” Por isso, a decisão no julgamento: não é propriamente Deus que faz..., somos nós que escolhemos... não é apenas no fim do mundo, mas é aqui e agora. Cada instante da vida é tempo de salvação ou de condenação... Salvam-se os que praticam a Verdade e se aproximam da “Luz”. Condenam-se os que praticam o mal e preferem as “trevas”. A salvação é um dom gratuito de Deus oferecido a todos... Tudo depende da nossa aceitação ou não à proposta de Cristo. O Evangelho fala do amor de Deus que chega ao ponto de dar o seu próprio Filho e insiste também na responsabilidade do homem, que deve fazer uma escolha diante dessa proposta de amor. Cristo quer ser o nosso Salvador, não o nosso Juiz... Qual será a nossa escolha? Preferimos a Luz ou as Trevas? Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 11-03.2018
 

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