Peixes agonizam com fenômeno 'decoada', que atinge rios do Pantanal de MS
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Segunda-feira | 15 de Fevereiro de 2021    09h18

Peixes agonizam com fenômeno 'decoada', que atinge rios do Pantanal de MS

Segundo Imasul, por meio de um levantamento, cerca 46 espécies já foram afetadas por fenômeno no rio Miranda, em Corumbá. Animais ficam sem oxigênio e podem morrer.

Fonte: G1 MS
Foto: ai Strietman/Foto
Quantidade de espécies de peixes podem ser prejudicadas por conta de queimadas no Pantana

Centenas de peixes estão sofrendo e alguns até morreram por conta do fenômeno "decoada", no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A suspeita é de que esse fenômeno (entenda mais abaixo) possa estar ligado também às queimadas do ano passado (2020) que destruíram mais 4 milhões de hectares do bioma.

Na última sexta-feira (12), pesquisadores do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) fizeram um levantamento no rio Miranda, no município de Corumbá, e encontraram quase 50 espécies mortas ou agonizando às margens do rio. 

O especialista em ictiologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Fernando Carvalho, explica que este fenômeno acontece agora no período de subida das águas dos rios do Pantanal.

Ainda de acordo com Carvalho, a decoada é um fenômeno natural que ocorre quando as águas dos rios do Pantanal extravasam para as áreas da planície que secaram durante a estação seca e agora, na estação chuvosa, estão com muita vegetação e matéria orgânica. 

“Quando a água da calha dos rios entra na planície, processos de oxidação nesta matéria orgânica deixam as águas com pouco oxigênio dissolvido (condição de hipóxia) ou mesmo sem oxigênio (condição de anóxia), além de elevar os níveis de concentração de gás carbônico na água”, explicou Carvalho.

 

O especialista também explicou que, "nesta condição, os peixes 'agonizam' por falta de oxigênio e muitos morrem". "Quanto mais matéria orgânica e outros compostos presentes na área, por exemplo cinzas, mais intensos os processos de decomposição e de alteração das propriedades físico-químicas da água", explicou ao G1.

Outra preocupação do pesquisador é que a primeira decoada deste ano poderá ser mais intensa devido aos grandes incêndios que devastaram o bioma em novembro de 2020.

 

 

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