Oposição e Bolsonaro colocam troca de presidente na ordem do dia
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Segunda-feira | 30 de Março de 2020    16h25

Oposição e Bolsonaro colocam troca de presidente na ordem do dia

‘Vamos enfrentar o problema? Ou o problema é o presidente’, diz chefe do Executivo; Ciro, Haddad e outros líderes de partidos da esquerda pedem renúncia

Fonte: Veja
Foto: Isac Costa/PR

Líderes dos principais partidos de oposição e o próprio Jair Bolsonaro colocaram em discussão a questão do afastamento do cargo do presidente da República em meio às críticas que o chefe do Executivo Federal tem sofrido por sua postura em relação ao combate ao avanço do novo coronavírus no país.

Bolsonaro tem defendido a flexibilização do isolamento social que governadores e prefeitos têm imposto para evitar aglomerações, que facilitam o contágio da doença. O presidente, que acredita que a medida vai provocar sérias consequências à economia do país, levou essa ideia no domingo 29 a moradores de Brasília durante passeio pela capital federal.

Ele chegou a dizer às pessoas que o abordavam durante a caminhada que poderia editar um decreto para flexibilizar as restrições impostas por estados e municípios. Nesta segunda-feira, 30, ao deixar o Palácio da Alvorada, ele voltou a defender a medida e criticou os que, segundo ele, querem forçar uma ampla quarentena para “quebrar o país”.

“Vamos enfrentar o problema? Ou o problema é o presidente? Tem que trocar de presidente e resolve tudo?”, perguntou Bolsonaro, durante conversa com apoiadores e jornalistas. Segundo ele, se houver um caos no país, aproveitadores se valerão disso para chegar ao poder e não mais deixá-lo. “O problema não é do presidente, é de todos nós. E quando a situação vai para o caos, como, por exemplo, desemprego em massa, fome, problemas sociais, é um terreno fértil para os aproveitadores buscarem uma maneira de chegar ao poder e não mais sair dele”, disse. “Atiram numa pessoa só, o alvo sou eu. Se o Bolsonaro sair e entrar o Haddad (Fernando Haddad, do PT, seu rival no segundo turno da eleição presidencial) ou outro qualquer, está resolvido o problema?”, questionou.

Oposição

Também durante a manhã desta segunda-feira, a questão do afastamento do presidente voltou à pauta, dessa vez por iniciativa da oposição, com a divulgação de uma carta sugerindo a renúncia do presidente. O documento foi assinado pelos ex-rivais de Bolsonaro na eleição de 2018 Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL), além de outros nomes como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e os ex-governadores do Paraná Roberto Requião (MDB) e do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT).

“Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de saúde pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo”, defendem.Na Câmara, há três pedidos de impeachment do presidente apresentados pelo deputado distrital do DF Leandro Grass (Rede), pelo deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) e por parlamentares do PSOL. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não deve encaminhar a tramitação de nenhum deles neste momento.

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